quinta-feira, 30 de setembro de 2010

OS GESTOS TAMBÉM FALAM


Quando as palavras calam, os gestos falam. Vivemos às vezes situações em que as palavras parecem desaparecer do nosso vocabulário. Elas ficam todas emboladas no nosso estômago, sobem até a garganta e não sabemos, não temos idéia de como colocá-las para fora. São muitas vezes quando nossos amigos mais precisam de nós. E, justamente, é aí que encontramos essa barreira. Não sabemos o que dizer, não temos explicação aceitável para o sofrimento, temos medo de falar algo que não devemos e nos quietamos.

Achamos com facilidade palavras, repetidas e gastas mesmo na maioria das vezes, para expressar nossa alegria, nosso desejo de felicidade ao outro e não nos importamos se alguém já disse ou não. Pegamos emprestadas essas frases corriqueiras e fazemos delas nossa mensagem. E nossos amigos recebem isso de coração aberto, sorriso estampado, porque eles fazem também uso disso. É de praxe, é normal, é gentil, é nobre. É milhões de vezes melhor que o esquecimento.

Nossa grande dificuldade é expressar em palavras de consolo quando nós mesmos temos um coração moído pela dor de ver o sofrimento do outro e termos a consciência que não podemos fazer nada! Vai passar, sabemos disso, pois todas as dores passam, como passam as noites de lua e os dias de sol. Nada é estável e constante. E queríamos tanto encontrar as palavras exatas que amenizasse o sofrimento, que trouxesse consolo imediato, que anestesiasse ou curasse de vez! E lá, nesse exato instante, as palavras morrem. Mas eis um segredo que só os anjos conhecem: os gestos falam!

Flores falam muito. Um beijo fala. Um afago fala de voz doce e suave. Uma presença, mesmo calada, fala demais. Um abraço fala muito alto. Um olhar sincero diz tanto! Uma mão que segura outra mão fala como várias bocas e centenas de corações...
Letícia Thompson

HUMILDADE JÁ


Não faça dos seus sentimentos uma arma.
Não crie uma frustração por causa da sua expectativa.
Nem sempre o que você quer, é o que vai acontecer.

Por isso, pelo sim ou pelo não, continue trabalhando.

Mostre para a vida a determinação em seguir amando,
aposte suas fichas na amizade sincera,
mas não queira cobrar dos amigos,
aquilo que nem você conseguiu ainda realizar.

Muita gente não fala mais com os pais,
por frustrações pessoais tolas ou brigas acaloradas
por pura incapacidade de expressar o amor.

Muitos amigos se perderam na estrada,
pela falta de sensibilidade de um deles,
ao esperar por algo que não foi combinado.

Muitos relacionamentos desfeitos pelo ciúme,
pela possessividade, que é sempre negativa.

Leve com você a certeza, de que o amor é leve,
a amizade é sublime, a esperança doce,
os laços familiares eternos,
e o orgulho, esse mal que cresce na alma,
é fruto da imaturidade caprichosa dos nossos desejos.

Por isso sofremos, magoamos, perdemos o eixo.

Resultado: a solidão, o abandono, o gosto amargo na boca.

Encha-se da humildade que liberta e sorria para a vida.
Espere das pessoas somente o que elas podem oferecer,
assim a vida será sempre uma adorável surpresa,
e até aquele menor gesto de carinho,
será pra você, digno de uma lágrima emocionada.

A humildade é a chave de uma porta mágica, chamada felicidade,
que começa na simplicidade do dia, e se fecha, na eternidade.

Paulo Roberto Gaefke

terça-feira, 28 de setembro de 2010

COM O TEMPO

Ana Jácomo
Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.

Tenho aprendido com o tempo que a mediocridade é um pântano habitado por medos famintos, ávidos por devorar o brilho dos olhos e a singularidade da alma. Que grande parte daquilo em que juramos acreditar pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo. Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar. Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos, podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa. Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma. Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.

Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro. Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito. Que o respeito é virtude das almas elegantes. Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade. Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos, construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa. Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor. Que a carência se revela quando a autoestima está machucada. Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas. Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.

Tenho aprendido com o tempo coisas que somente com o tempo a gente começa a aprender. Que o encontro amoroso, para ser saudável, não deve implicar subtração: deve ser soma. Que há que se ter metas claras, mas também a sabedoria de não se transformar a vida numa sala de espera. Que a espontaneidade e a admiração são os adubos naturais que fazem as relações florescerem. Que olhar para o nosso medo, conversar com ele, enchê-lo de cuidado amoroso quando ele nos incomoda mais, levá-lo para passear e pegar sol, é um caminho bacana para evitar que ele nos contraia a alma.

Tenho aprendido que se olharmos mais nos olhos uns dos outros do que temos feito, talvez possamos nos compreender melhor, sem precisar de muitas palavras. Que uma coisa vale para todo mundo: apesar do que os gestos às vezes possam aparentar dizer, cada pessoa, com mais ou menos embaraço, carrega consigo um profundo anseio de amor. E, possivelmente, andará em círculo, cruzará desertos, experimentará fomes, elegerá algozes, posará de vítima para várias fotos, pulará de uma ilusão a outra, brincará de esconde-esconde com a vida, até descobrir onde o tempo todo ele está.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DE NOVO... LYA LUFT

"A vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada.
Eventualmente reprogramada.
Conscientemente executada.
Muitas vezes ousada."
(Lya Luft)

VOCÊ PODE...


Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.

Você pode assumir sua individualidade, ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.

Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis, sérias e bem situadas como você.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir o seu coração e viver apaixonadamente ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixá-la como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a Vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a Vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou – e, portanto, não há mais nada a fazer -, ou a um futuro que ainda não veio - e que não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode celebrar a Vida e a Energia Universal que o criou, ou celebrar a morte, aterrorizado com a idéia de pecado e punição.

Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender nada mais.

Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.

A escolha é sua. E o importante, é que você sempre tem escolha. Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar - sozinho e sempre - o peso das escolhas que fizer.

(AD)

domingo, 26 de setembro de 2010

SER SENSÍVEL...


Ser sensível é possuir alma de criança, é acreditar...
É se emocionar ao ouvir o barulho do mar... É conversar com os animais...
É sentir a pureza de uma rosa e se envolver no seu perfume...
É ouvir o cantar dos pássaros e se transportar ao sonho...
É admirar a liberdade das borboletas, seu colorido e a suavidade de seu toque nas flores...
É ouvir o sussurro do vento falando de amor aos seus ouvidos... É perceber na musicalidade da chuva, o sentido da vida...
É ver a tempestade, seus raios, trovões e vendavais, impondo limites à humanidade...
É entender que que as negras nuvens passam, e logo ao amanhecer, nasce o Sol com seus raios multicoloridos nos mostrando que VALE A PENA VIVER!!!
Lia Luft

Domingo

sábado, 25 de setembro de 2010

ACEITE...



Paulo Roberto Gaefke

Qual é o tempo que você está esperando para ser o "seu tempo"?
Qual é a pessoa que você espera que retorne do passado?
Quem será essa figura que você acredita que virá um dia?
Qual é a oportunidade que você diz que não apareceu?
Qual é o estímulo que ainda não tem?

Enquanto você espera, o tempo passa...
As oportunidades surgem e desaparecem como bolhas de sabão.
Só agarra uma chance os que sonham de olhos abertos,
aqueles que não enxergam mais os problemas,
porque problemas todo mundo tem,
e os seus não são tão diferentes assim...

É chegado o tempo de reconhecer-se capaz!
Capaz de viver um novo trabalho,
de abrir uma nova porta,
de viver um grande amor, ou reviver esse que anda tão apagado.
É chegado o tempo de ser gente, de ser um pouco além do "RG",
do número que determinaram para você,
daquela foto no crachá que anda tão amarelada.

É chegado o seu tempo de ser feliz,
e a vida não quer mais desculpas, quer apenas o seu sim!

Diga sim para a porta que se abre,
diga sim para os amigos do bem que te ligam sempre,
diga sim para o emprego que vai aparecer,
diga sim para o curso que você precisa fazer,
diga sim para a cirurgia que é inadiável,
diga sim para aquela pessoa que te espera há tanto tempo.

Ainda hoje, diga sim para o abraço fraterno,
desse amigo tão querido que não te abandona,
que sabe das suas qualidades, não fala dos seus defeitos,
apenas te recebe de braços abertos na Luz,
ainda hoje, diga sim para Jesus.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E, DE NOVO ... A PRIMAVERA

O tempo voa e, de novo, chegou a Primavera.

Entre o inverno e o verão, há o “Equinócio de Primavera”, quando o dia e a noite possuem a mesma duração, ou seja, doze horas. A partir daí, ocorrem mudanças no tempo: a temperatura começa a aumentar, tornam-se mais amenas, os dias mais claros, os finais de tarde ficam mais longos, as flores são vistas por todos os lados...

Enfim, a Primavera é o período em que a Natureza fica mais bela, dando à nossa existência mais cor, vivacidade e perfume. Dentro de nós, também, sentimos essas alterações, tornando-nos mais românticos, sensíveis. Emocionalmente, afloram sentimentos de amor, felicidade, bem-estar, esperança. A Primavera só perde para o Verão. Fora disso, é a própria Vida manifestando-se em sua plenitude. Tudo é alegria, celebração.

Pensemos: o ano tem as suas estações diferenciadas e o término de uma não implica que o ano vá terminar, ou vidas vão extinguir-se. Assim como o ano, nós também temos as nossas estações no decorrer da vida. Incontáveis pessoas nem se dão conta de que têm um ciclo existencial, que passam por etapas, que não são as mesmas pessoas o tempo todo. Não me refiro às mudanças físicas, mas às existenciais mesmo. Cada ser humano tem as suas estações, cada um tem que enfrentar, à seu tempo, todas as mazelas, da mesma forma que curtir as alegrias. E, variando de pessoa para pessoa, essas “estações pessoais” não duram o mesmo tempo.

As nossas vidas são marcadas por “momentos” da mesma forma que o clima, pelas estações.

Primavera... que tempo maravilhoso para celebrar a vida, para recarregar as energias, absorver a força da Natureza, revigorar o coração e rejuvenescer a alma. Agora, é fundamental que abramos as nossas janelas, as janelas do coração e da alma, e deixar a Luz entrar; que abramo-nos ao novo, às novidades e às surpresas que Deus tem para nós.

Chegou a Primavera, depois da frieza do Inverno. Aproveitemo-la antes que o Verão torne a esquentar nossas cabeças e, a seguir, a certeza, de que o Outono deixará pelo chão as folhas secas que (re)mexeram, esquentaram a gente. Observem atentamente, as flores já estão em processo de desabrochar… as folhas queimadas pelo frio começam a ser substituídas por outras verdinhas, verdinhas como a esperança.

Aqui vai um convite: faça uma revisão da sua vida, busque o Sacramento da Reconciliação. Este deixará a sua casa/coração arrumado, em ordem, pronto para um recomeço, para acolher as graças de Deus.

Alguém disse: “Onde há esperança existe uma possibilidade de recomeçar!” Recomece, recomece logo, não adie. Chegue perto daquele que precisa, deixe o egoísmo de lado, procure aquele amigo que ficou distante e um e-mail ou telefonema pode fazer a diferença. Mas dentro da sua casa, pessoas bem próximas esperam um abraço, um sorriso, um convite para um passeio, mesmo que seja no shopping... Mude o trajeto do seu dia-a-dia, assim você terá uma nova visão, olhará a vida por um outro ângulo, verá quanta beleza há pelo caminho novo. Então, sentirá que Ele está fazendo um “obra nova” no seu coração, sentirá realmente a Primavera em sua vida.

Nesta Primavera, eis a promessa do Senhor, para todos nós: “Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.”(Ap 21,5). Enfeite a sua casa com flores e frutas. Dê afeto e amor a quem é carente. Lute pelos seus sonhos. Faça sua vida valer a pena. Creia em tempos melhores e que Ele proverá tudo. Ele é o Sol de Primavera a iluminar os nossos caminhos, só precisamos entender que Ele nos deu a Primavera, exatamente para que tenhamos esperança e sejamos capazes de superar muitas coisas.
"Eis que o Inveno passou, cessaram e desapareceram as chuvas. Apareceram as flores na nossa terra, voltou a rola. A figueira já começa a dar os seus figos, e a vinha em flor exala o seu perfume...”( Ct 2,11-13)

Nair Pimenta

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PRIMAVERA - A VIDA QUE SE RENOVA


“Eis que o inverno passou, cessaram e desapareceram as chuvas. Apareceram as flores na nossa terra, voltou o tempo das canções. Em nossas terras já se ouve a voz da rola.” (Can 2, 11-12)

Numa parte da Terra, o Sol começa a ficar mais brilhante, os dias mais claros e uma brisa suave ameniza as madrugadas – é o anúncio da Primavera.

A Primavera, a mais linda das estações do ano, é o tempo em que a Natureza se veste de verde e de flores, os pássaros cantam mais afinados e alegres, as pessoas movimentam-se com mais desenvoltura e entusiasmo - tudo é florido e inspira jovialidade.

Em festa, a Natureza renova-se, mostra-nos orgulhosamente a sua roupa nova, esbanjando cor e alegria. Fica evidente a presença de Deus entre nós, Sua atuação inspiradora de esperança, paz, otimismo, fé e amor.

Tudo é maravilhoso!
A Primavera, com seus amanheceres e entardeceres luminosos, revigora-nos e propicia-nos amores, mudanças, sonhos, sentir a vida em seu esplendor... maravilha divina estampada - Deus administrando a Sua obra.

Tudo é lindo, na Primavera!
Sentimos diante dos nossos olhos a grande obra divina. Deus agraciou-nos com fauna e flora ricas, muitas vezes desvalorizadas e maltratadas pelo Homem.

Tudo é inebriante nesta época do ano, quando percebemos e sentimos desejos enormes de sorrir, cantar, passear, de nos entregarmos ao que de bom a Vida nos oferece.

Ao lançarmos sementes em solos férteis - nossos corações, evidentemente colheremos bons frutos/bênçãos. Em terra/coração fértil, sempre brota vida. Aí está a Primavera.

Se ela acontecesse o tempo todo, em todos os corações, em todas as famílias, seria maravilhoso. Mas podemos tê-la, sim, basta que ajamos segundo a vontade do Pai, que tenhamos palavras, atos e pensamentos de carinho e amor ao próximo, que cuidemos de nossas vidas como de um jardim e cultivemos o espírito primaveril, o tempo todo, em qualquer estação do ano.

Agora, tudo isso depende de cada um de nós, de que nos esforcemos, façamos a nossa parte - promovamos a felicidade e nos abramos ao novo.

Que nesta Primavera, e em muitas que virão, Jesus entre em nossos corações, amanse-os e preencha-os com muita paz; que tenhamos dias cheios de serenidade e noites semeadas de estrelas!

Vivamos a Primavera, deixemo-nos contagiar pela sua plenitude, renovemos o nosso espírito e sejamos felizes, muito felizes.


Primavera: tempo de renovação, novos projetos de vida.

“Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra.” (Oséias 6,3)
Nair Pimenta

Gonzaguinha - Sangrando (Ensaio, 1990)

MAR DE MINAS


"O mar de Minas não é no mar.
O mar de Minas é no céu,
pro mundo olhar para cima e navegar
sem nunca ter um porto onde chegar. "
(Rubem Alves)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Praias de Portugal

MATANDO SONHOS


"O primeiro sintoma de que estamos matando
nossos sonhos é a falta de tempo.
As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo.
As que nada fazem estão sempre cansadas."
(Gordon B. Hinckley)

domingo, 19 de setembro de 2010

A ARTE DE SER FELIZ

Cecília Meireles

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse,não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

MAS, quando falo dessas pequenas felicidades, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

SE NÃO HOUVER AMANHÃ


"Diante dos meus olhos interiores, imagino o encontro com a pessoa mais querida.
Olho para ela, sustento seu olhar em silêncio.
Esse olhar já diz tudo. Nele está o amor. Por ele flui algo entre nós.
Nele há consentimento, gratidão, maravilhamento em relação ao mistério do amor que nos une.
Ao nos olharmos nos tornamos um.
É pura presença.
Sei que nossa amizade não será destruída pela morte - durará além da morte, até a eternidade.
Nesse encontro na presença da morte, percebo o mistério dessa amizade,
o mistério do amor que é mais forte que o fim,
o amor para o qual não existe a fronteira da morte".

(Alselm Grün. Se não houver amanhã.)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

EU SOU UMA VITÓRIA!

"Estou aqui, vivo, pronto para mais um dia,
crente na certeza de poder realizar o melhor de mim.
Perdoo meus inimigos, os que me maltrataram,
perdoo às injustiças, e me perdoo,
não me cobro, não me culpo,
sou fruto do tempo, semente do Criador,
e nesse agradecer, me encho de amor."
Paulo Roberto Gaefke

SONHOS

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas,
só as de verão. No fundo, isso não tem importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares,
em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."
(William Shakespeare)

SIM OU NÃO

"Todos os dias, Deus nos dá um momento em que
é possível mudar tudo que nos deixa infelizes.
O instante mágico é o momento em que
um "sim" ou um "não" pode mudar toda a nossa existência."
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O QUE TE FALTA

Paulo Roberto Gaefke

Então o que te falta não é um amor, é uma atitude.
O que te falta não é dinheiro, é uma nova perspectiva.
O que te falta não é saúde, é bom ânimo.
O que te falta não é fé, é uma boa crença.
O que te falta não é amizade, mas um bom amigo.
O que te falta não é um caminho, mas um destino.
O que te falta não é vontade, é desejo.
O que te falta não é a boa idéia, é realização.

O que te falta não é um sonho, é lutar por ele.
O que falta não é tempo, é organização.
O que te falta não é estímulo, é acreditar.
O que te falta não é o cargo, é a paixão pelo que faz.
O que te falta não é o diploma, é o conhecimento.
O que te falta não é a cultura, é prática.

O que te falta é o que o mundo está cheio: oportunidades!

É só querer e correr atrás dos sonhos mais loucos,
dos desejos mais secretos,
dos caminhos menos visitados,
das trilhas que levam ao topo da montanha.

Encha-se de boa vontade, de crença no seu poder,
e deixe de ficar apenas no "sonho", no querer,
é tempo de "ser"!

Seja então, o melhor que você pode ser.
Queira então, o melhor que se pode ter.

E contente a sua alma com o melhor do "possuir",
que é conquistar com o próprio esforço,
com dignidade, tudo o que sempre quis,
e é assim, com tenacidade, que você será feliz.

O que te falta agora para vencer as dificuldades?
Não arrume mais desculpas, aponte para as soluções,
que o Universo em seu favor vai conspirar,
e com amor, nada, absolutamente nada, te faltará.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

NECESSÁRIO

"A vida é igual em toda parte,
e o que é necessário
é a gente ser a gente."

(Clarice Lispector)

A INTEIREZA DA VIDA

Letícia Thompson

Ninguém vive pela metade. O espaço de vida de cada um é o que cada qual tem de inteiro. Se dura vinte ou cinqüenta anos, não faz diferença. O que conta é que uma vida é uma vida.

Não existe meio amor, meia felicidade, meia saudade. Todo sentimento por si só é inteiro. Ou a gente é feliz ou não é; ou ama, ou não ama; ou quer, ou não quer. Quando amamos, dúvida não existe; se queremos realmente, dúvida não existe; se somos felizes... cadê o espaço pra infelicidade, se a felicidade toma conta de tudo?!

Então, se você se sente nesse meio caminho, talvez seja o momento de parar e refletir um pouco na sua existência. A vida é inteira, mas não temos a vida inteira para decidirmos vivê-la intensamente. Temos o agora. Há quem diga que pelo fato de ser jovem ainda tem tempo. Mas quem, além de Deus, sabe dizer a medida da vida de cada um? Perdemos preciosos minutos no nosso hoje com a idéia que amanhã as coisas acontecerão e que podemos esperar.

Quando começamos a medir e pesar nossos sentimentos, não vamos a lugar nenhum. Haverá sempre uma luta cerrada entre o coração que quer viver e a razão que mede conseqüências. Medindo dificuldades, não fazemos nada. Se devemos medir alguma coisa, devem ser então as possibilidades. Aí sim estamos no caminho certo.

Para os pessimistas uma pedra é um estorvo, para os otimistas é um pedacinho do alicerce da própria vida. O segredo está no olhar com que cada um vê as situações.

Só enfrentando os medos e o desconhecido é que conseguiremos viver de forma inteira essa vida que se oferece a nós em pedaços. Ninguém disse que não há riscos. Mas não é melhor arriscar do que viver o restante dos nossos dias na infelicidade de se perguntar o que teria sido se tivéssemos tentado?

Quando fizer alguma coisa, faça com inteireza de coração. Ame totalmente, ria totalmente, faça de tudo um todo. A vida é bela demais para ser deixada em suspenso. O amor é bom demais para que possamos vivê-lo em pequenas partes, sem que o tornemos real e possível.

Tente viver com a metade do seu coração e veja se consegue... difícil ser feliz sem ser completo. Impossível ser completo parado num caminho de indecisões.

O coração talvez não seja o melhor conselheiro. Mas é o que nos mantém vivos e que está sempre junto, sempre ligado a nós. Deixe, pelo menos uma vez, que ele fale mais alto...

domingo, 5 de setembro de 2010

PARTIR... CAMINHAR...


Partir é, antes e tudo, sair de si. Romper a crosta de egoísmo
que tende aprisionar-nos no próprio eu.

Partir é não rodar, permanentemente, em torno de si,
numa atitude de quem, na prática,
se constitui centro do Mundo e da vida.

Partir é não rodar apenas em volta dos problemas
das instituições a que pertence. Por mais importantes que elas sejam,
maior é a humanidade a quem nos cabe servir.

Partir, mais do que devorar estradas, cruzar mares ou atingir
velocidades supersônicas, é abrir-se aos outros,
descobri-los, ir-lhes ao encontro.

Abrir-se às idéias, inclusive contrárias às próprias,
demonstra fôlego de bom caminheiro.

Feliz de quem entende e vive este pensamento:
" Se discordas de mim, tu me enriqueces".

Ter ao próprio lado quem só sabe dizer amém,
quem concorda sempre, de antemão e incondicionalmente,
não é ter um companheiro, mas sim uma sombra de si mesmo.

Desde que a discordância não seja sistemática e proposital,
que seja fruto de visão diferente, a partir de ângulos novos,
importa de fato em enriquecimento.

É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que
a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros.
Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão.

O bom caminheiro preocupa-se com os companheiros
desencorajados, sem ânimo, sem esperança...

Advinha o instante em que se acham a um palmo do desespero.

Apanha-os onde se encontram. Deixa que desabafem e,
com inteligência, com habilidade, sobretudo, com amor,
leva-os a recobrar o ânimo e volta a ter gosto na caminhada.

Marchar por marchar não é ainda verdadeiramente caminhar.

Para as minorias Abraâmicas, partir, caminhar significa mover-se
e ajudar muitos outros a moverem-se no sentido de tudo fazer
por um mundo mais justo e mais humano.

D. Helder Câmara(1909-1999)