domingo, 21 de outubro de 2018

SEM ESPERAR NADA DE NINGUÉM, VOCÊ VIVE MELHOR



É fácil dizer, mas é um pouco complicado fazê-lo. Quando alcançamos isso, nos livramos de uma das maiores fontes de frustração, raiva, desapontamento … Nos tornamos leves em nossas relações com os outros e nossas experiências e relacionamentos se tornam mais autênticos, menos interessados, mais honestos e muito mais relaxado.

Quando não esperamos nada de ninguém, nos deixamos surpreender, não temos expectativas, só permitimos que os outros sejam, eles mesmos, entendendo que eles têm uma similaridade semelhante à nossa, tentando localizar sua felicidade, alcançar seus sonhos, lidar com seus medos e seus egos … Ninguém é salvo, todos nós vamos por aqui projetando uma imagem, influenciando, sendo aceitos ou rejeitados.

Se paramos de esperar que os outros façam o que achamos ser o melhor, de acordo com nossos critérios pessoais, o que nos dá uma conotação bastante subjetiva, nós energeticamente acalmamos o ambiente, paramos de enviar pensamentos antecipando eventos e reações e nos entregamos mais espaço para nos dedicarmos ao momento presente ou algo diferente para montar cenários com as variáveis ​​que temos.

Se achar que é impossível ter expectativas sobre alguém, pelo menos não estamos a nos sabotar, porque é impressionante, muitas vezes nós gastamos muito mais tempo pensando que o outro vai se decepcionar com suas ações, pensando que vamos ser felizes e cumprir com o que o outro faz. Pensemos, em todo caso, que o resultado sempre será o mais favorável para nós, que nossas expectativas, se não pudermos eliminá-las, nos tragam sorrisos e, se não ocorrerem, não nos frustrarão.

Todos devem ter liberdade de ação e decisão e isso inclui não coincidir com o que os outros esperam. Se pararmos de esperar, a vida flui melhor. Somos fáceis de decepcionar porque para todos há sempre uma maneira melhor de fazer as coisas, mas se praticarmos nos libertando da necessidade de nos anteciparmos, teremos experiências melhores.

Talvez seja apenas uma percepção, mas se queremos branco e esperamos essa cor e recebemos outra, ficamos desapontados, talvez essa outra seja ainda mais bonita, no entanto, a decepção não nos permitirá apreciá-la. Isso acontece conosco todos os dias e, em vez de nos agradecer pelo que recebemos, lamentamos que não tenha sido o que esperávamos. Você quer criar sua vida como você gostaria? Comece a aproveitar a vida como ela é, comece a se concentrar naquilo que você gosta, comece a permitir-se e permita que aqueles ao seu redor sejam o que eles querem ser, você verá que quanto menos você espera, mais a vida irá surpreendê-lo porque você desejará com a alma e não com o seu ego.

(Sara Espejo)

ALIKE - CURTA ANIMAÇÃO



“O princípio criativo é inerente ao desenvolvimento humano, é comum a todos os seres, é o fulcro da vida das pessoas.”
– Lev Vigotski, em “Imaginação e criação na infância”. [tradução Zoia Prestes]. São Paulo: Ática, 2009.

A sociedade moderna nos diz para sairmos bem na escola, trabalhar o mais duro que pudermos, e eventualmente ensinar os nossos filhos a fazerem o mesmo.

É um ciclo interminável, e que não deixa muito espaço para a criatividade. Este curta-metragem está incentivando as pessoas a olhar para as coisas de uma forma diferente, uma reflexão sobre a sociedade moderna. Máquinas humanas!

Os animadores da cidade de Madrid, Daniel Martínez Lara e Rafa Cano Méndez, “dão uma lição” de 8 minutos sobre o que acontece à sua vida quando a criatividade é afundada pela rotina diária.

ALIKE – PROGRESSION SHOT
O vídeo fala também sobre a paternidade, e a importância de deixar as crianças fazerem as suas próprias viagens. A curta, aclamada pela crítica, foi feita inteiramente com o Blender, um programa de renderização 3D de código aberto, e é dedicada “às nossas famílias, por nos ajudar a não perder a cor”.

Não perca tempo com gente babaca - Leandro Karnal

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

TEMPO

"Com o tempo a gente aprende a colocar cada coisa em seu devido lugar, cada gesto em seu devido tempo e a nós mesmos onde devemos estar."

(Scheila A. Hinnah)

terça-feira, 4 de setembro de 2018

SEGREDOS



GUARDE SEUS SEGREDOS SE QUISER, MAS GUARDE MUITO BEM OS DOS OUTROS.
   
Quem nunca teve a sensação de que era hora de revelar um segredo? Num dia, inconfessável. No outro, assunto público. A gente faz isso o tempo todo e nem se dá conta. Faz por vontade, por necessidade, por sobrevivência.
Mas a gente só tem direito de fazer com o que é nosso. Com o que é do outro, não. O segredo alheio contado é fofoca. É malícia, premeditação, sacanagem.
Quando alguém confessa ou conta algo íntimo que não quer tornar público, já aí está enfrentando uma dificuldade. A primeira, confiar. A seguinte, contar. E daí por diante, torcer para que seja guardado como prometido.
Tão importante quanto jurar, prometer ou fazer gestos com os dedos, é entender a importância de ter consigo uma informação que pertence a outra pessoa. É cuidar de um bebê. É responsabilidade, carinho, proteção.
Não importa qual é o segredo. Desde que não prejudique ou ofenda ninguém, é para ser guardado, até que venha a decisão de não ser mais segredo, tomada por quem lhe contou.
Tenho experiências incríveis, de segredos contados e esquecidos. Anos depois, quem os guardou os trouxe de volta para mim. Esses, não sobreviveram à minha própria história, morreram com o tempo. Mas que alegria saber que alguém os guardou com respeito. E, com respeito e gratidão, foi liberado de guardar como segredo.
É vital poder partilhar segredos. Guardá-los somente para si pode ser um peso muito grande. Se forem sofridos, tornam-se ainda mais, alimentados pela mesma consciência que os guarda e julga.
Aprendi isso em uma ocasião muito difícil da vida. Certa vez, fiz uma escolha muito perigosa, e, apesar de não ser segredo para ninguém, por muito tempo me debati entre o que deveria e o que queria fazer. Até que, como resposta da vida, me veio uma agressão física.
Em primeiro momento, decidi manter segredo. Segredo comigo. Ainda que confiasse em muita gente, temia ouvir a famosa frase: – Eu te avisei.
Esse segredo se tornou tão sufocante que, sem coragem de contar a uma só pessoa, um belo dia o contei a todos, tornando pública uma vergonha que já não cabia mais em mim.
Por isso, insisto: Guarde seus segredos se quiser, mas guarde muito bem os dos outros. Você nunca será capaz de avaliar o quanto isso poderá ajudar alguém.
(Emilia Freire)

sábado, 1 de setembro de 2018

DELICADEZA

"Eu gosto de delicadeza. Seja nos gestos, nas palavras, nas ações, no jeito de olhar, no dia-a-dia 
e até no que não é dito com palavras, mas fica no ar..."
(Manuel Bandeira)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A VIDA SÓ...


NINGUÉM...


O AMOR NÃO MORRE...


O amor não morre. Ele se cansa muitas vezes. Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos. Não é preciso confundir fadiga com desamor.
O amor ama. Quem ama, ama sempre. O que desaparece é a musicalidade do sentimento. A causa? O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais como surpreender o outro. São as mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas…
O outro já sabe! Falta magia. Falta o inesperado. O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho. Nada mais a fazer. Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não têm nada a ver com relacionamentos.
Outras procuram aventuras. Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infindos.
Não é possível uma vida sem amor. Ou com amor adormecido. Se você ama alguém, desperte o amor que dorme! Vez ou outra, faça algo extraordinário. Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume…
Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida. Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior. Mas… sabe de uma coisa?
Vale a pena! Vale muito a pena!
PEDRO BIAL

segunda-feira, 23 de julho de 2018

QUANDO ME AMEI DE VERDADE….



(SABER VIVER – POR CHARLES CHAPLIN)

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome… AUTOESTIMA.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é…AUTENTICIDADE.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… AMADURECIMENTO.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é… RESPEITO.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama… AMOR PRÓPRIO.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje, faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é… SIMPLICIDADE.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a… HUMILDADE.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é… PLENITUDE.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é… SABER VIVER!”


quarta-feira, 27 de junho de 2018

VOU CHEGAR



"Minhas asas foram crescendo aos poucos...
Já tive muito medo de alguns voos,
já caí muitas vezes por não saber usá-las.
Liberdade é conquista feita aos poucos,
porque assusta.
Mas o céu é o limite pra quem enfrenta seus medos.
O que sei é que, desde pequena,
sabia que meu destino era mesmo voar.
Hoje ainda não cheguei onde queria,
mas tenho certeza
- ah, como tenho! -,
vou chegar."

(Rachel Carvalho)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

POR UM MUNDO COM MENOS “ESTOU COM SAUDADES” E MAIS “ESTOU INDO TE BUSCAR”


Atitude é tudo. Decore isso. Anote na geladeira, na parede, na testa, mas não esqueça! É possível esquecer as palavras, mas você jamais esquecerá a forma como as pessoas te fizeram sentir.
Sou suspeita dizer, porque amo palavras. Fiz Letras, escrevo todos os dias e leio como quem toma café, mas confesso que entre dizer que sente falta e ir se fazer presente, há uma grande diferença.
As palavras quando bem escolhidas encantam, envolvem, mas não trazem compromisso. Palavras, como diz o poeta, o vento leva. Atitudes não. Atitudes provam, consertam, destroem, unem e separam as pessoas. São, ao mesmo tempo, dor e cura e nada, nem o tempo, pode apagá-las.
Não adianta dizer que ama e não apresentar para família. Não adianta sentir saudades e não mover um passo em direção da pessoa. Não adianta querer casar e não se programar para isso. Atitudes mudam histórias, palavras não.
Sabe aquela história de “quem quer dar um jeito e faz acontecer”? Então, quando o assunto é relacionamento, é verdade. Para quem, realmente, se importa a distância é um pequeno detalhe, o Everest é apenas um morrinho e os alagamentos da cidade servem para colocar a natação em dia.
Quem quer não adia encontro. Aparece sem avisar, coloca o nome na prioridade da agenda. Quem quer não deixa ir, não dá valor depois que perde e valoriza os momentos. Quem ama não diz “não estou pronto”, “marcamos qualquer dia” ou “se for para ser, será”.
Quem ama faz o dia virar noite, o acaso virar objetivo e os dias da semana virarem sábados. Quem quer não se importa com passado, com traumas e medos. Recomeça do zero e tenta tudo de novo.
Vivemos uma época em que a exposição dos relacionamentos conta mais do que o sentimento. Nunca se sentiu tanta necessidade de expor o amor vivido. Fotos, hashtags e declarações criativas criam a ilusão do amor perfeito, mas não comprovam isso com atitudes.
A verdade é que pouco importa se você viajou, se tem tirado mais fotos que uma modelo de capa da VOGUE ou tem um relacionamento digno de Shakespeare. O que importa é quantas vezes você demonstrou isso ao seu parceiro. Quantas planos já fizeram e quantos finais de semana vocês passaram juntos.
O resto são superficialidades que a sociedade prega para justificar a futilidade em que vivem.
Amar não precisa de flahs, de textões e de exposições. Amor precisa de atitudes de gente disposta a fazer dar certo e só. Pouco importam as palavras se as atitudes não as acompanham.
 Por Pamela Camocard




QUEM FOI QUE DISSE QUE BEIJAR NA BOCA É DECLARAÇÃO DE AMOR?


Na vida, a gente só sabe que ama alguém, a gente só tem o direito de dizer a alguém que a amamos depois de ter dito infinitas vezes a esse mesmo alguém a frase: eu perdoo você.
Porque na verdade a gente só sabe que ama, depois de ter tido a necessidade de perdoar. Antes do perdão a gente pode ter admiração por alguém, mas admirar alguém ainda não é amar, porque admiração não nos leva a dar a vida pelo outro.
Admiração é um sentimento, uma situação superficial, eu admiro aquela pessoa, mas eu sei que amo depois de ter olhado nos olhos, saber que errou, que não fez nada certo e ainda sim eu continuar dizendo que “eu não sei viver sem você”, “apesar de ter errado tanto continuas sendo tão especial para mim”.
A gente sabe que ama as pessoas assim, depois de ter feito o exercício de olhar nos olhos no momento que ela não merece ser olhada e descobrir ainda ali uma chance, ainda não acabou.
Coisa boa na vida é a gente encontrar gente que nos trate assim com esse nível de verdade, gente que nos conhece de verdade, que já foi capaz de conhecer todas as nossas qualidades, mas também todos os nossos defeitos, porque eu não sou só qualidades, eu tenho um monte de defeitos, e só me sinto amado no dia que o outro sabe dos meus defeitos e mesmo assim continua acreditando em mim, muitas vezes nosso amor não é assim, a gente ama o outro pelo que ele faz de certo ou de bom pra nós, e as vezes até elegemos o outro assim “ele é bom demais pra mim”.
E o dia que deixa de ser? Deixou de ser amigo? No dia que falhou, que errou, que esqueceu, no dia que não conseguiu acertar, continua tendo valor pra você? Ou você só ama aqueles que conseguem lhe fazer o bem? Jesus disse que não tinha mérito nenhum em amar aqueles que nos amam, que o mérito está em amar o outro mesmo quando ele não merece ser amado, eu sei que é um desafio, mas essa é tua religião.
Eu creio que não há descanso maior para o nosso coração do que encontrar alguém que nos ama assim, e eu gostaria que você levasse pra sua vida somente as pessoas que te amam assim, com essa capacidade de olhar nos teus olhos quando você não consegue fazer nada de certo, e mesmo assim continua sendo teu amigo e continua acreditando em você.
Deixe entrar na sua vida, somente as pessoas que querem te fazer melhor, porque gente que nos diminui nós já estamos cheios.
Amigos de verdade são aqueles que nos desafiam, são aqueles que nos momentos que estamos na lama, nos olham nos olham e dizem ‘você não foi feito pra isso’. Amigo de verdade é aquele que olha nos olhos e nos coloca para sermos mais.
Namorado de verdade é aquele que olha nos teus olhos e te respeita como mulher, que te acha linda, mas que te respeita como mulher porque sabe que tu és um coração que muito mais do que necessitado de ser abraçado e de ser tocado, é um coração que merece ser amado, e o amor vem antes do toque.
Quem foi que disse que beijar na boca é declaração de amor? Pode até ser uma das demonstrações, mas eu tenho certeza que seu coração se sente muito mais amado no momento que você é olhado de um jeito certo, do que beijado de qualquer jeito!
Antes de você entrar na vida de uma menina, olhe bem nos olhos dela e tente fazer com que ela descubra que você ama só olhando pra ela, olhe de um jeito que ela se sinta amada, e se você olhar do jeito certo, você não precisa ter ciúme, porque a mulher que for olhada de um jeito certo, nunca mais vai querer encontrar outro olhar. O homem que for olhado de um jeito certo, nunca mais vai querer outro olhar.
Você ainda pode mudar o seu jeito de amar, você ainda pode mudar o seu jeito de viver, você ainda pode mudar o seu jeito de sorrir, você ainda pode perdoar aquele que você não quer perdoar, você ainda pode tratar bem aquele que você desprezou tanto, porque a vida ainda te dar a oportunidade de você se tornar muito melhor do que você é.

(Pe. Fábio de Melo)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

DEIXA A GENTE!


A gente não pode se sentir sensual demais. É inadequado.
A gente não pode se vestir de qualquer jeito, ficar sem maquiagem numa festa, nem ser tão provocante ou tão recatada.
A gente não pode ficar se admirando no espelho. É narcisista.
Se a gente se arruma, é pros outros. Não é porque simplesmente a gente quer se ver bonita.
Se a gente ri além da conta, chama muita atenção. Não pega bem.
Se a gente bebe mais que um homem, não é mulher pra levar a sério.
Se a gente gosta de funk e rebola até o chão (principalmente depois de beber muito), não é pra casar.
Se a gente gosta muito de sexo, não é confiável.
Se a gente não gosta tanto de sexo, está dando motivo pro cara arrumar outra na rua.
Se a gente tem filho e o cara some, a gente é irresponsável por não tomar remédio.
Se a gente não quer filho, a gente é egoísta.
Se a gente não casa é porque tá fazendo algo errado.
Se a gente casa jovem demais tá perdendo a chance de aproveitar a vida de solteira.
Se a gente casa velha demais, tem que ouvir piadinhas sem fim de todos os familiares e amigos.
Se a gente namora um homem mais novo, o cara é interesseiro ou imaturo demais.
Se a gente arruma um coroa, a gente é interesseira.
Se a gente engorda, é porque preguiçosa. Se tá magra demais é porque tá doente ou neurótica.
Se a gente para de alisar o cabelo é só porque tá na moda.
Se a gente continua alisando, a gente não se aceita como a gente é.
E, como se não bastasse, se a gente reclama da desigualdade de gênero ou não sustenta piadinhas machistas babacas, a gente é feminazi.
Quando a gente nasce mulher, é difícil saber o que parece adequado e o que poupa comentários. Porque não existe um caminho que isente a gente disso.
Qualquer escolha que a gente faça, causa barulho e abre espaços para inúmeras opiniões não solicitadas.
A gente menstrua, sofre estupro e abuso sexual o tempo todo, tem filhos, tira quase todos os pelos do corpo, faz lipo porque a gente é ensinada a ter problemas com o corpo... A gente dá vida às pessoas que nascem no mundo e a gente não consegue dar uma vida decente pra gente.
A vida que a gente gostaria, um dia sem maquiagem, uma semana comendo sorvete com brownie, uma noite enchendo a cara com as amigas, todos os dias da vida sem poupar os homens de verdades que a gente guarda.
A gente finge que é livre, mas deixa de sair porque tem que deixar janta pronta pro marido.
A gente se obriga, a gente apanha, a gente se cansa, a gente não se ama o suficiente, a gente morre. Um pouco todos os dias.
Num aborto clandestino, numa saia curta, numa briga de boate, numa esquina vendendo o próprio corpo, num copo de cerveja com boa noite cinderela, numa risada mais alta que deu a entender algo que não era, numa traição, numa cirurgia pra consertar o bico do peito que é diferente do outro.
A gente morre aos poucos. E vai continuar morrendo se a gente não se salvar, se a gente não se abraçar, se a gente não tiver simpatia por quem é como a gente.
Não é pra ser mulher contra homem. É pra ser todo mundo pela mulher.
A gente tá sangrando e se ninguém estancar o sangue, a gente pode não resistir.
A gente precisa pegar as gases, os esparadrapos, o que tiver de útil pra dividir. E cada uma poder cobrir aos poucos o pedaço da ferida. Mas cobrir de um jeito que não sangre mais. Não dá mais pra fingir que curou. Tem que curar de verdade, cicatrizar e não voltar. Nunca mais.
A gente pode pensar em ser feliz. Não tá errado. A gente tem opinião, a gente tem desejo, a gente ama, a gente erra. A gente sabe. Ah, a gente sempre sabe. E sente. E se arrasta. Mas a gente quer viver. A gente não quer atenção, a gente só quer paz.
A gente quer ser mulher. A gente quer SER.
Deixa a gente!


(Clarissa Lima)

NÓS NEM SEMPRE FICAMOS COM OS AMORES DE NOSSAS VIDAS (E ISSO É NORMAL)



Eu acredito em grande amor.
Mas falo e namoro como se não acreditasse.
Eu não tenho expectativas fúteis para romance. Eu não estou busco flutuar. Eu sou um daqueles indivíduos raros, talvez um pouco cansados que realmente gosta de cultura de conexão e é feliz por viver em uma época em que a monogamia não é necessariamente a norma.
Mas eu acredito em grande amor, porque já tive um.
Eu tive esse amor que tudo consome. O amor do tipo “eu não posso acreditar que isso existe no mundo físico.”
O tipo de amor que irrompe em um incêndio incontrolável e então se torna brasa que queima em silêncio, confortavelmente, durante anos. O tipo de amor que escreve romances e sinfonias. O tipo de amor que ensina mais do que você pensou que poderia aprender, e dá de volta infinitamente mais do que recebe.
É amor do tipo “amor de sua vida”.
E acredito que funciona assim:
Se você tiver sorte, conhecerá o amor de sua vida. Você estará com ele, aprenderá com ele, dará tudo de si mesmo a ele e permitirá que a sua influência te mude em medidas insondáveis. É uma experiência como nenhuma.
Mas aqui está o que os contos de fadas não vão te dizer – às vezes encontramos os amores de nossas vidas, mas não conseguimos mantê-los.
Nós não chegamos a nos casar com eles, nem passar anos ao lado deles, nem seguraremos suas mãos em seus leitos de morte depois de uma vida bem vivida juntos.
Nós nem sempre conseguimos ficar com os amores de nossas vidas, porque no mundo real, o amor não conquista tudo. Ele não resolve as diferenças irreparáveis, não triunfa sobre a doença, ele não preenche fendas religiosas e nem nos salva de nós mesmos quando estamos perdidos.
Nós nem sempre chegamos a ficar com os amores de nossas vidas, porque, às vezes, o amor não é tudo o que existe. Às vezes, você quer uma casa em um pequeno país com três filhos e ele quer uma carreira movimentada na cidade. Às vezes, você tem um mundo inteiro para explorar e tem medo de se aventurar fora de seu quintal. Às vezes, você tem sonhos maiores do que os do outro.
Às vezes, a maior atitude de amor que você pode possivelmente tomar é deixar o outro ir.
 Outras vezes, você não tem escolha.
Mas aqui está outra coisa que não vão te falar sobre encontrar o amor da sua vida: não terminar com ele não desqualifica o seu significado.
Algumas pessoas podem te amar mais em um ano do que outras poderiam te amar em cinquenta anos. Algumas pessoas podem ensinar-lhe mais em um único dia do que outras durante toda a sua vida.
Algumas pessoas entram em nossas vidas apenas por um determinado período de tempo, mas causam um impacto que mais ninguém pode igualar ou substituir.
E quem somos nós para chamar essas pessoas de algo que não seja “amores de nossas vidas”?
Quem somos nós para minimizar a sua importância, para reescrever suas memórias, para alterar as formas em que nos mudaram para melhor, simplesmente porque nossos caminhos divergiram? Quem somos nós para decidir que precisamos desesperadamente substituí-los – encontrar um amor maior, melhor, mais forte, mais apaixonado que pode durar por toda a vida?
Talvez nós apenas deveríamos ser gratos por encontrarmos essas pessoas em tudo.
Por termos chegado a amá-las. Por termos aprendido com elas. Por nossas vidas terem expandido e florescido como resultado de tê-las conhecido.
Encontrar e deixar o amor de sua vida não tem que ser a tragédia de sua vida.
Deixá-lo pode ser a sua maior bênção.
Afinal, algumas pessoas nunca chegam a encontrá-lo.

Traduzido pela equipe de O Segredo – Fonte: Thought Catalog