domingo, 22 de dezembro de 2013

SEJA O NATAL



De hoje em diante, eu desejo que você seja o Natal! 
E que incorpore em você, todo o sentimento de ser Natal.
Que suas emoções estejam afloradas e que não resista ao abraço.
Que você perdoe e seja perdoado.
Que ao ver o faminto, doe o pão.
E se precisar, caminhe com ele em busca de uma razão.
Que você se importe ainda mais com as coisas pequenas.
Que não saia de casa sem dar um abraço em cada familiar.
Que diga mais"eu te amo" com sinceridade.
Que seja além da busca de pagar as contas no final do mês.

Eu desejo que neste Natal e em todos os outros,
o melhor enfeite da sua árvore seja a paz interior.
Que em seu rosto brilhe a alegria e reflita uma luz.
Onde todos possam ver, na sua face, a imagem de Jesus.

Feliz Natal!

Paulo Roberto Gaefke

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ANDAMOS PRECISADOS

"Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando."
Carlos Drummond de Andrade

domingo, 1 de dezembro de 2013

SEGUIR VIAGEM





Sou passageiro deste mundo, mas não me contento em apenas olhar a paisagem, necessito do contato com as pessoas, o toque nas plantas, o olhar demorado sobre a paisagem, que, às vezes, me emociona de tanta beleza.

Sou um humilde visitante desse lugar, e por mais tempo que aqui passe, é apenas um sopro de tempo perante o infinito do meu espírito errante, que busca acertar mais do que errar, para poder fixar a base em algum lugar onde eu possa dizer finalmente "este é o meu lar".

Então, como dono do meu destino, preciso aprender a servir mais do que ser servido, pois aprendi que não basta apenas amar mais do que ser amado, mas amar sem distinção e a todo tempo, gerando assim um campo magnético que envolve e contagia as pessoas, eu preciso espalhar o amor.

Não me adianta nada apenas servir mais do que ser servido, pois preciso aprender a ser o servo que não se lamenta da oportunidade que se apresenta, seja de noite, seja de dia, para os amigos, e principalmente para os que me ofenderam, para os que ainda não descobri o íntimo, pois todos nós carregamos a mesma centelha Divina.

Sou passageiro deste mundo e não vim apenas para buscar, mas trago as mãos prontas para o trabalho, o coração cheio de amor para repartir, a alma repleta de emoções que, às vezes, transbordam e me fazem chorar.

Choro pelo irmão que caiu, pela guerra que não pude evitar, pela chacina que vi cometerem, pelos enganos que os meus irmãos estão cometendo neste dia, pelos que ainda não aprenderam a abençoar e dividir o pão, para os que ainda carregam dentro de si o orgulho, pelos que acreditam que de alguma forma são superiores em alguma coisa, esquecendo-se que somos todos passageiros, que a terra nos aguarda para nivelar de uma vez por todas a nossa arrogância.

Dê-me a sua mão, vem viajar comigo, mas não traga bagagem pesada, deixe as dores, o orgulho, a inveja, o ódio e qualquer rancor lá na estação, como mala perdida que ninguém quer achar, siga leve nesta viagem, venha cheio de amor seguir rumo ao infinito que nos leva ao Pai...

Paulo Roberto Gaefke

EU GOSTO...


sábado, 23 de novembro de 2013

GOSTO DE GENTE...


Gosto de gente que sabe ser gente, que chora, que rir, que se diverte  e que habita na imensidão de ser. Que bebe goles de sensatez, mas se embriaga com doses extras de felicidade extravagante. Os seres abastados de sentimentos bonitos e que carregam consigo paraísos internos me parecem valer a pena descobrir.


Gosto de gente para admirar, tocar e amar, que abriga qualidades, mas mostra-se imperfeita, frágil e com defeitos. Me encantam os que sabem me receber quando cruzo seu caminho, que me convidam não só pro seu mundo mas topam desbravar pelo meu.


Dou preferência aos que me amam apesar da minhas melancolias, dramas, crises existenciais e medos. Os que comemoram comigo nas pequenas e grandes alegrias, mas que sabem me transmitir paz num dia mau. Gosto dos questionadores, dos que divagam, dos que permanecem comigo por anos e que me fascinam na simplicidade do existir.


Gosto dos ares, dos arredores, de novos rostos, de outras civilizações, da diversidade do mundo e ao mesmo tempo da sua mesmice. Gosto do fato de sermos seres tão parecidos e ao mesmo tempo únicos, do quanto essa exclusividade pode completar a vida do outro com qualidades e defeitos que só existem em nós.


Necessários são os que apesar de tudo continuam na minha vida. Apesar dos quilômetros, das horas, das tempestades e oposições. Apesar dos medos, coragens e confusões. Preciso de gente que vá além das palavras, com quem eu possa contar apesar de uma fase difícil, apesar dos anos de distância.


Preciso de pessoas que me amem na riqueza, na pobreza, na saúde e na doença. Que sejam amigas, sejam amores, sejam parceiras. Que deem valor ao que foi dito como se estivesse registrado e escrito. Prefiro as que me doam intensidade, alegria e contribuam na insanidade de viver. Preciso de verdade não de fingimento.


O resto é excesso. A outra parte eu dispensso.

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

QUEM DERA...




Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”. O último para dizer “me desculpa”. O último para dizer “eu te amo”. O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último pra esquecer tolices. O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. O último para rir até o coração dançar. O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. O último para deixar o coração aprontar todas as artes que quiser. O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para me maravilhar diante de cada expressão da natureza com o olhar demorado de quem olha pela primeira vez. O último para ouvir aquela música que acende sóis por toda a extensão da minha alma. O último para ler, de novo, o poema que diz tanto de mim que eu me sinto caber nos olhos do poeta que o escreveu. O último para desembaraçar os fios emaranhados dos medos que me acompanham.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração. Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas. Não pouparia compreensão. Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser. 

(Ana Jácomo)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

RUMORES DO NATAL



Refletir é tudo de bom!

Quando você ouvir rumores do Natal,
Quando as gôndolas do supermercado se encherem de Panetones.
Quando as lojas se enfeitarem com luzes coloridas.
Quando algumas listas de presentes começarem a correr.
Quando sentir essa brisa de final de ano,
Pare tudo o que estiver fazendo e reflita:
Mais um ano está indo embora, o que eu fiz da minha vida?
O que comprei para o meu contentamento?
O que abandonei para ficar mais saudável?
Quantas pessoas ajudei com pequenos gestos?
Quantas intrigas evitei ao silenciar as fofocas?
Quantos amigos conquistei?
Quantos abraços eu dei com afeto?
Quantos beijos demorados?
Quantas alegrias compartilhei?
Fui vítima de algum plano maquiavélico do Destino?
Fui sabotado ou sabotador?

Fui feliz?

A vantagem de se fazer essa análise antes do pisca-pisca do Natal,  é que temos ainda um tempo para refazer estragos, percorrer novos caminhos, desculpar e ser desculpado, lançar novas sementes, abandonar velhos e nocivos hábitos, ajudar algumas pessoas, ser mais solidário, para não acabar solitário.

Distribuir amor e ser parte da Criação, e no final de tudo, acender a nossa luz,  para receber com carinho, o aniversariante, o Mestre Jesus!

Eu acredito em você e na sua capacidade de mudar!

Paulo Roberto Gaefke


terça-feira, 5 de novembro de 2013

ESTAÇÕES EXISTENCIAIS


A experiência do tempo define, em muito, as pelejas do caminho. Marcar os dias somente com as horas que passam, não alimenta o coração com esperança. Fardo pesado, assim sendo. Vida humana sobrevive é da graça. Daquele tempo sem registro definido, incalculável. Coisa parecida com eternidade, com o que não morre no fundo da gente. Como sacrário, em penumbras profundas, a alma inspira. Ora sossegada, agradece; ora, aflita, entristece. De alegrias e dores, cresce em raízes de memória sempre vivaz. Lago, de águas mansas e agitadas, a vida é cíclica, companheiro; diversa mesmo! Seu grande segredo? Movimento. Então, sem essa de querer tudo num passo de mágica. É preciso andar e, no caminho, dar tempo ao tempo, em estações diversas.

Cuidado, de verdade! Armadilhas não faltam. Em dias atuais, elas habitam tantos excessos. Que volúpia em possuir tudo em instantes pequenos, ou em protelar as coisas sem responsabilidade. Sem ritmos e ritos, o caminho fica curto. Seria inconveniente manter, no imaginário, ilusões de plenitude, de um tempo sempre cheio. Quantas promessas de heroísmos, de ganhadores de uma vez só! Gente nasceu para buscar, sonhar, projetar, aceitar demoras e, humildemente, esvaziar-se. Caso não se cuide, a raça humana se transformará em objeto de mercado. Vendendo e comprando desejos. E aí, você sabe, muitos ganharão com fonte tão preciosa. Outros andarão por trilhas amargas. Há que se ter coragem nessas travessias e, nas perdas e ganhos, mergulhar a existência em sentidos mais profundas. Sem ânsias de chegada rápida, afinal, hoje é graça com saudades de ontem e vontade de amanhã.

Lembre-se, constantemente, que homem não é máquina. Doloroso seria tentar manipular, depois do corpo, o espírito. Nas lucrativas tentativas de mapear dores e alegrias, há quem ganhe, vendendo promessas fáceis de felicidade. Ah! O grão de trigo, mencionado por Jesus, exige metamorfose. Caso não aceite a transformação lenta, não ressurgirá em broto. Ponha, então, um pouco de sabedoria em seu viver. Para ser sábio, é preciso ser amigo do céu, irmão dos irmãos, sem olhar o mundo com olhos vorazes. Como diz Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R.
Superior Provincial

domingo, 3 de novembro de 2013

ADORMECI E SONHEI...



"Adormeci e sonhei que a vida era alegria; 
despertei e vi que a vida era serviço; 
servi e vi que o serviço era alegria."
(Tagore)

TEM DOR...

 
"Tem dor que vira companhia. Olhando de perto, faz tempo que deixou de doer, só tem fama, mas a gente não solta. Quem sabe, pelo receio de não saber o que fazer com o espaço, às vezes grande, que ficará desocupado se ela sair de cena. Vazio é também terreno fértil para novos florescimentos, mas costuma causar um medo inacreditável."
(Ana Jácomo)
 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

HÁ DE SE CUIDAR DA AMIZADE E DO AMOR





Leonardo Boff


A amizade e o amor constituem as relações maiores e mais realizadores que o ser humano, homem e mulher, pode  experimentar e desfrutar. Mesmo o místico mais ardente só consegue uma fusão com a divindade através do caminho do amor. No dizer de São João da Cruz, trata-se da experiência da “a amada(a alma) no Amado transformada”. 


Há vasta literatura sobre estas duas experiências de base. Aqui restringimo-nos ao mínimo. A amizade é aquela relação que nasce de uma ignota afinidade, de uma simpatia de todo inexplicável, de uma proximidade afetuosa para com a outra pessoa. Entre os amigos e amigas se cria uma como que comunidade de destino. A amizade vive do desinteresse, da confiança e da lealdade. A amizade possui raízes tão profundas que, mesmo passados muitos anos, ao reencontrarem-se os amigos e amigas, os tempos se anulam e se reatam os laços e até  se recordam da última conversa havida há muito tempo.


Cuidar da amizade é preocupar-se com a vida, as penas e as alegrias do amigo e da amiga. É oferecer-lhe um ombro quando a vulnerabilidade o visita e o desconsolo lhe oculta as estrelas-guias. É no sofrimento e no fracasso existencial, profissional ou amoroso que se comprovam os verdadeiros amigos e amigas. Eles são como uma torre fortíssima que defende  o frágil castelo de nossas vidas peregrinas.


A relação mais profunda é a experiência do amor. Ela  traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas frustrações. Nada é mais misterioso do que o amor. Ele vive do encontro entre duas pessoas que um dia cruzarem seus caminhos, se descobriram no olhar e na presença e viram nascer um sentimento de enamoramento, de atração, de vontade de estar junto até resolverem fundir as vidas, unir os destinos, compartir as fragilidades e as benquerenças da vida. Nada é comparável à felicidade de amar e de ser amado.  E nada  há de mais desolador, nas palavras do poeta Ferreira Gullar, do que não poder dar amor a quem se ama.


Todos esses  valores, por serem os mais preciosos, são também os mais frágeis  porque  mais expostos às contradições da humana existência.


Cada qual é portador de luz e de sombras, de histórias familiares e pessoais diferentes, cujas raízes alcançam arquétipos ancestrais, marcados por experiências bem sucedidas ou trágicas que deixaram marcas na memória genética de cada um.


O amor é uma arte combinatória de todos estes fatores, feita com sutileza que demanda capacidade de compreensão, de renúncia, de paciência e de perdão e, ao mesmo tempo, comporta o desfrute  comum do encontro amoroso, da intimidade sexual, da entrega confiante de um ao outro. A experiência do amor serviu de base para entendermos a natureza de Deus: Ele é amor essencial e incondicional.


Mas o amor sozinho não  basta. Por isso São Paulo em seu famoso hino ao amor, elenca os acólitos do amor sem os quais ele não consegue subsistir e irradiar. O amor tem que ser paciente, benigno, não ser ciumento, nem gabar-se, nem ensoberbecer-se, não procurar seus interesses, não se ressentir do mal…o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta…o amor nunca se acaba(1Cor 13, 4-7). Cuidar destes acompanhantes do amor é fornecer o húmus necessário para que o amor seja sempre vivo e não morra pela indiferença. O que se opõe ao amor não é o ódio mas a indiferença.


Quanto mais alguém é capaz de uma entrega total, maior e mais forte é o amor. Tal entrega supõe extrema coragem, uma experiência de morte pois não retém nada para si e mergulha totalmente no outro. O homem possui especial dificuldade para esta atitude extrema, talvez pela herança de machismo, patriarcalismo e racionalismo de séculos que carrega dentro de si e que lhe  limita a capacidade desta  confiança extrema.
 

A mulher é mais radical: vai até o extremo da entrega no amor, sem resto e sem retenção. Por isso seu amor é mais pleno e realizador e, quando se frustra, a vida revela contornos de tragédia e de um vazio abissal.


O segredo maior para cuidar do amor reside no singelo cuidado da ternura.  A ternura vive de gentileza, de pequenos gestos que revelam o carinho, de sacramentos tangíveis, como recolher uma concha na praia e levá-la à pessoa amada e dizer-lhe que, naquele momento, pensou carinhosamente nela.


Tais “banalidades” tem um peso maior que a mais preciosa joia. Assim como uma estrela não brilha sem uma atmosfera ao seu redor, da mesma forma, o amor não vive  sem um aura de enternecimento, de afeto e de cuidado.


Amor e cuidado formam um casal inseparável. Se houver um divórcio entre eles, ou um ou outro morre de solidão. O amor e o  cuidado constituem uma arte. Tudo o que cuidamos também amamos. E tudo o que amamos também cuidamos.


Tudo o que vive tem que ser alimentado e sustentado. O mesmo  vale para o amor e para o cuidado. O amor e  o cuidado se alimentam da afetuosa preocupação de um para com o outro. A dor e a alegria de um é a alegria e a dor do outro.


Para fortalecer a fragilidade natural do amor precisamos de Alguém maior, suave e amoroso, a quem sempre podemos invocar. Daí a importância dos que se amam, de reservarem algum tempo de abertura e de comunhão com esse Maior, cuja natureza é de amor, aquele amor, que segundo Dante Alignieri da Divina Comédia “move o céu e as outras estrelas”  e nós acrescentamos: que comove os nossos corações.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SONHO

"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre"


Adélia Prado

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ENCANTAR-SE

“Acho que é preciso a gente se encantar de novo com essas belezas simples e grandiosas.”
(
Ana Jácomo)

MINHA ANGÚSTIA



“Minha angústia nada tem a ver com tristeza e depressão. Pelo contrário, me angustio por ver que posso ir além, mas nem sempre consigo por insegurança. Minha angústia tem a ver com meu desejo de infinito, de crescimento, de ser mais, de fazer diferença... minha angústia tem a ver com meu desejo de viver, e de fazer com minha vida diferença na vida de outras pessoas, diferença num mundo que precisa de pessoas que ainda acreditem em sonhos, e que sabem que sonhos não envelhecem.
(Ricardo Alexandre Ferreira)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

E SE...




E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, gente nem precisa mesmo de palavras.

Ana Jácomo

domingo, 20 de outubro de 2013

PORTA ENTREABERTA





“Não vou deixar a porta entreaberta. Escancare-a ou bata-a de vez. Porque pelos vãos, brechas e fendas... passam semiventos, meias verdades e muita insensatez.”

(Cecília Meireles)

A ARTE DE AMAR E DE SER LUCIDO



A arte de amar e de ser lucido/a

O ser humano ama com a totalidade do ser corpo, alma e espírito. Tem raízes no processo evolutivo que nos preparou até o momento maior de amar com consciência e liberdade. Os gregos distinguiram o amor-eros que exprime a carência que temos uns dos outros e o amorfilia pelo qual sentimos a alegria da presença do outro. Os cristãos trouxeram a mais o amor-agápe que inclui o amor do outro por ele mesmo até a dimensão heróica do perdão. E a lucidez? Implica exercício arguto de pensar. Livra-nos do fanatismo, da superficialidade, do fundamentalismo. Perceber em toda realidade humana a dupla valência positiva e negativa para afirmar a primeira e negar a segunda e assim caminhar para frente. Gera a serenidade do espírito no meio ao torvelinho da existência. Eterno aprendizado que se concretiza na sabedoria. Aprender a amar e a ser lúcido/a faz-nos humanos, compreensivos e serenos.

Prof. Dr. João Batista Libanio

NOTHING COMPARES TO YOU

THE WALL - Roger Waters + David Gilmour

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

DIALÉTICA



É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

(Vinícius de Moraes)

sábado, 12 de outubro de 2013

NÃO QUERO...

 
"Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; 
e velhos, para que nunca tenham pressa."
Oscar Wilde

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

FORÇA DO TEMPO

"Acredito na força do tempo. Entendo que ele não tem o poder de curar feridas, mas a capacidade de torná-las administráveis. Mas, eis um limite do tempo... seu poder de ajudar-nos esbarra no desejo real de nos reconciliarmos com nossa história e olhar com esperança para o futuro. Perder-se nas fantasias de futuro ou fixar-se obsessivamente no passado, nos torna infelizes, por não conseguirmos dar o melhor de nós no presente. Bom é olhar a vida com gratidão, semear esperanças no caminho, e aí sim, deixar que o tempo se encarregue de fazer nascer o que vale a pena e morrer o que já não tem sentido."
(Pe. Ricardo Alexandre Ferreira)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

COISAS BOAS

 
"Que os beijos nos tragam a calma, que o afeto nos cure a alma, que o carinho permaneça, que a gentileza prevaleça e que as coisas boas se multipliquem."
(Camila Heloise)

É FÁCIL TROCAR AS PALAVRAS

 
 
É fácil trocar as palavras,
difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
com que não há comunicação possível,
com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
senão da nossa;
as dos outros são olhares,
são gestos, são palavras,
com a suposição
de qualquer semelhança no fundo.
 
Fernando Pessoa
 
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

DÁ PRA ESCOLHER...

"Todo dia eu procuro me lembrar: dá pra escolher. Não temos controle sobre tudo, mas dá pra escolher entre ter amigos ou viver recluso, dá pra escolher entre privilegiar um amor ou ter vários casos superficiais, dá pra escolher entre levar a vida com bom-humor ou levar a vida na ponta da faca. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer."
(Martha Medeiros)

domingo, 29 de setembro de 2013

MOTIVAÇÃO


Motivação é ver no espelho aquela pessoa que desejamos ser.
É olhar para dentro de nós e encontrar o que temos de melhor.
É esse olhar apaixonado pelos sonhos e ideais.

Motivação não vem de fora,
não vem de outras pessoas , isso é inspiração.

Motivação é algo pessoal, é íntimo e pede respeito.
Por respeito aos seus sonhos, mantenha-se firme.

Motivação é a alma toda empenhada na sua realização.
Motivação é cérebro e é coração.

Motivação somos nós mesmos desejando apenas o melhor.
Em qualquer tempo, em qualquer idade,
motivação é a plena certeza da felicidade.

Paulo Roberto Gaefke

sábado, 28 de setembro de 2013

É TEMPO DE SABOREAR

Em qual janela da vida você pendurou seus sonhos?
Em que momento deixou de acreditar neles?
Quem foi que roubou o seu desejo de realizá-los?
Onde você se perdeu do seu próprio sonho?

Às vezes, nos deixamos abater por coisas tão pequenas...
Nos transformamos em crianças mimadas e choramos.
Ora porque aquilo que queríamos não aconteceu,
ora porque tal pessoa não agiu como esperávamos.

É hora de crescer e descobrir a "real beleza" da Vida.
Daquela que nos motiva a cada dia,
a dar um passo de cada vez, sem criar tantas expectativas.
Metas não são utopias, nem podem ser "crias da nossa ansiedade".
Metas são os desejos de permanecer, de conquistar, de ficar.

Antes de chorar pelo que não conseguiu, é tempo de rir,
de saborear cada pequena vitória nessa jornada
que começa ou recomeça agora.

É tempo de conquistar o amor pessoal que nos leva longe.

Paulo Roberto Gaefke

domingo, 22 de setembro de 2013

PRIMAVERA


Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

UM DIA DE CADA VEZ




Caminhando pela vida há sempre aqueles dias quando as decisões têm que ser tomadas, quando as escolhas são difíceis, as soluções parecem poucas e parece que chuvas impedem a sua marcha.


Há algumas situações em que tudo que você pode fazer é simplesmente deixar
que elas aconteçam e prosseguir, reunindo forças, escolhendo outras direções que possam levá-lo a uma nova aurora.


É a hora de empacotar seus problemas e dar um passo à frente. O processo de mudança pode ser duro, mas pense na alegria que está mais adiante, se você puder ser suficientemente corajoso.


Pode haver aventuras que você nunca imaginou apenas esperando na próxima curva; desejos e sonhos bem perto da realização em formas que você ainda não pode entender.


É possível que você encontre novas amizades que farão florir novos interesses
assim que você sair dessa rotina. E poderá aprender que a vida oferece muitas opções e muitas formas de crescimento.


Talvez venha a conhecer lugares que nunca imaginou e veja coisas que você nunca viu ou viaje para maravilhosos e distantes mundos, pegando promissores atalhos pelo caminho.


Talvez você encontre calor, afeto e carinho, talvez um "alguém especial”
que lá está para ajudá-lo a se encontrar, ouvindo com interesse as histórias e os sentimentos que você quer compartilhar.


Talvez você se conforte ao saber que há amigos que o apoiam em tudo o que você faz e acredite que, seja qual for a sua decisão, eles serão a escolha certa para você.


Então vá dando um passo de cada vez, vivendo a vida um dia de cada vez.
Há um dia mais brilhante lá no fim da estrada! Não olhe para trás: Você não está indo nessa direção!



(Silvia Schmidt)