Quando a tristeza me
visita e eu me deixo abater,
sou essa fortaleza
abandonada, comida pela areia do tempo.
Onde nenhum som faz
eco, nada faz efeito, a não ser, o meu medo.
Quando o amor me
encontra, eu me ergo das cinzas,
sou essa fênix que
brilha, que voa alto.
Tudo é perfeito, tudo
se encaixa, tudo são flores.
Mas, como até as
flores mais belas murcham,
o amor quando passa da
fase da "chama",
pede mais de nós
mesmos, e até reclama...
Reclama da atenção
constante,
que nem sempre podemos dar.
Reclama dos antigos
gestos de carinho,
que se perderam pelo caminho.
Reclama da falta de
palavras doces,
que se amargaram com a rotina.
E o amor desanda, como
receita de bolo sem fermento...
Então, eu tento de
novo,
amar e ser amado.
Numa procura do
impossível, que é o "amor-chama-paixão-eterna",
que tanta gente
procura e não acha, e nem vai achar.
Por isso muita gente
se refugia no passado,
acreditando que aquele
amor que não deu certo ou que foi mal vivido,
é que era o verdadeiro
amor.
Tola ilusão!
O verdadeiro amor é o
companheiro, é o amigo,
é aquele que passa
pela paixão, permanece na admiração,
e finalmente, depois
de algum tempo, faz morada eterna no coração.
Por ser amor, se
descobre "novo" a cada dia,
e o tempo não se conta
mais por dias,
mas pela doce presença
amiga de cada instante.
Isso é amor para
sempre.
Paulo Roberto Gaefke