domingo, 29 de dezembro de 2019

UM APLAUSO PARA AQUELES QUE PERMANECEM CONOSCO APESAR DE TUDO


Aplausos para aqueles que estiveram nos bons e maus momentos, para aqueles que sempre nos trouxeram um sorriso, para aqueles que conhecem nossas luzes e nossas sombras e que permanecem apesar de tudo.

Aplausos porque representam aqueles valores que hoje são tão escassos, refletindo aquele ponto em que o interesse é libertado do egoísmo e se torna sincero e autêntico.

São essas pessoas que não nos culpam pelo que dói lembrar, que nos ajudam a recuperar o fôlego e que cruzam seus olhos incansáveis para encontrar nossa cumplicidade.

São aqueles que nos perdoam a falta de pontualidade em suas vidas e que nos esperam do outro lado nos momentos de sacrifício, de desafio, de trabalho sem fim e fadiga. Graças à sua confiança, poderemos seguir caminhos que ainda não acreditamos poder sonhar.

As pessoas que permanecem ao nosso lado, as pessoas que gostamos
O destino coloca muitas pessoas em nossas vidas, mas apenas algumas delas permanecem. Não precisa ser fisicamente, podemos estar a milhares de quilômetros de distância e os desígnios da vida podem nos afastar; no entanto, existem pessoas com quem temos um vínculo especial que não pode ser quebrado.

São essas pessoas de aço inesquecíveis, nosso abrigo, nosso refúgio, para os quais podemos sempre nos voltar, pois teremos garantidos os seus abraços que encolhem nossa alma e expandem o calor dos corpos.

Elas nos unem por um laço sincero que nos cura e não nos magoa. Geralmente são pessoas que sabem assumir as consequências de suas ações, que nos dão seus sorrisos sempre que podem e que oferecem suas mãos sem exigir nada em troca.

Todos elas merecem o nosso reconhecimento porque, apesar de tudo e de todos, nunca nos abandonaram. Não importa quão ingratos sejam a nossa companhia, elas são os que permaneceram, lutando de maneira genuína porque entendemos que tínhamos um ombro para chorar ou, pelo menos, apoiar.

Há muitas maneiras de dizer “você não está sozinho” e essas pessoas conhecem todas elas. Com elas, entendemos que há sentimentos que o nosso sorriso não pode esconder e que um “eu sou bem” não é suficiente para fazê-las acreditar que tudo está indo bem.

Existem relações que nos dão ar psicológico.
Existem vínculos que não se afogam, que não exigem, que não intoxicam. São essas que nos permitem respirar e que nos encorajam a nos comprometermos com a felicidade. São essas que nos fazem sentir vitalmente ativos e valorizam o autêntico.

Vamos dizer que existem conexões que vão além das pessoas, que reforçam nossos pilares e nos oferecem oxigênio puro. Assim, sem que as palavras queimem ou as reprovações ecoem entre nossas paredes, somos capazes de entender o caminho de nossas emoções.

“Qué suerte es tener a este tipo de personas a nuestro lado y qué poco agradecidos somos a veces. Podemos dejar que el tiempo pase y que se nos vayan los momentos de poder celebrar todo aquello que hemos superado juntos.”

Não deixe que isso aconteça com você e aproveite todos os dias as pessoas que acompanham você nesse caminho que às vezes fica tão difícil. Lembre-se de quem são as pessoas que fazem você mudar sua vida, tomar uma perspectiva, respirar e contar até três.

Quando estiver claro, não demore e aplauda sem duvidar da sua incondicionalidade e do seu carisma.
Por Pensar Contemporâneo

AMOR, QUE É AMOR, DURA A VIDA INTEIRA.



“Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.” (Padre Fábio de Melo)

Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: “Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto”.

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: “Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!”

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois…

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras… Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas… Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos… ou não.
Por Bem Mais Mulher





“NADA DURA PARA SEMPRE: NEM AS DORES, NEM AS ALEGRIAS.”


Talvez isso já tenha até ficado óbvio demais, mas é provável que ainda não tenha sido levado tão a sério. Ou talvez sejam as pressões, surpresas e desencontros os responsáveis por esquecermos que a vida é mesmo assim. Nela, nada é definitivo. Nem a tempestade nem a bonança são eternas.

Quiséramos nós que as alegrias fossem permanentes. Quiséramos! Seria magnífico se o passar dos dias não fosse deixando as pequenas alegrias para trás; muito menos as grandes. Ou quiséramos nós que as tristezas durassem apenas uma noite. Certamente adoraríamos poder acordar na manhã seguinte e saber que nossas tempestades internas foram apenas isso e que desaparecerão sem deixar maiores estragos.

Mas é possível que a vida não alcançasse a mesma importância se fosse assim. Ou a mesma graça. Não lutaríamos tanto para fazer acontecer, se a alegria ficasse ali, todos os dias; certamente nos daríamos por satisfeitos e completos, sem precisar de muito. Do mesmo modo, não teríamos força para seguir em frente, se tudo se resumisse em dores que não tivessem a possibilidade de serem superadas.

A vida é uma mescla, feita de felicidade e de dificuldades. É feita de dúvidas, tropeços e arranhões, mas também é preenchida por conquistas, descobertas e realizações. É certo que nem sempre é 50 a 50, que as porcentagens de um e de outro nem sempre são equivalentes. Não há uma escala perfeita; a vida não segue um plano básico para todos, e o bom e o mal não se intercalam assim, pura e simplesmente.

Em algumas ocasiões, as durezas nos enfraquecem e nos deixam sem rumo. É difícil levantar e seguir, quando as dores se derramam sobre nossas vidas. Para esses momentos é que se torna indispensável lembrar de que “nada dura para sempre, nem as dores, nem as alegrias. Tudo na vida é aprendizado. Tudo na vida se supera.” (Caio Fernando Abreu).

Algumas pessoas não se lembram de que as alegrias não são permanentes. A expressão tudo passa define perfeitamente o que a vida tenta, com muito custo, nos ensinar. Há quem viva na soberba por se sentir por cima, sem a consciência de que um dia viverá alguns “baixos” e que muito provavelmente não estará preparado o suficiente para lidar com isso. Tudo isso pelo simples fato de nunca ter admitido essa possibilidade. De outra forma, há quem viva de cabeça baixa e ombros curvados porque não consegue ver a luz no fim do seu túnel de problemas. Para os dois casos, é necessário ter em mente que tudo muda, que nada é permanente, que não há bem ou mal que durem para sempre.

É sensatez não esperar que a vida seja previsível, porque ela nunca será; é sabedoria não desanimar diante das derrotas, dificuldades, erros ou decepções. A dor pode nos tirar dos eixos por um tempo, mas ela coloca nossas vidas em um outro patamar, na medida em que nos ensina e nos torna mais fortes e resistentes.

A vida é, de fato, uma roda gigante, com a eterna missão de desafiar nossa capacidade de nos tornarmos flexíveis ao seu movimento. Alguns baixos sempre existirão, é verdade, e isso não se pode evitar. Mas quando em cima, a vista sempre será bonita e prazerosa.

A vida é um fluxo surpreendente, deixemos ela se agitar. Sem medos nem amarras, sigamos. Afinal, nada dura para sempre. Nada durará!

Texto Alessandra Piassarollo

domingo, 22 de dezembro de 2019

E SE EM VEZ DE FALAR DE NATAL



E se em vez de falar de Natal, a gente procurasse entender por que o mundo está de patas para o ar? Pessoas se sentem no direito de serem rudes com as outras, seja por estarem amparadas pelo escudo das redes sociais, seja porque já não sobra um fiapo de paciência e educação. Qual a dificuldade de ser gentil?

E se em vez de falar de Natal, a gente lembrasse que é livre para decidir? Livre para ficar ou ir embora, livre para continuar com a vida que tem ou arriscar outra coisa, livre para ser quem é de verdade ou continuar fazendo de conta. Liberdade. Que tal experimentá-la antes que seja tarde?

E se em vez de falar de Natal, a gente falasse sobre compaixão? Tanta gente com dívidas impagáveis, sem acesso a um tratamento médico decente, se sentindo solitário, não sendo escutado por ninguém, recebendo da vida uma enxurrada de negativas. Que atenção destinamos aos milhares de "invisíveis" que nos cercam?

E se em vez de falar de Natal, a gente falasse das responsabilidades que nos cabem? Postar contra o racismo, contra a homofobia, contra o feminicídio, isso qualquer um faz para ostentar consciência e ganhar likes em seus perfis, mas e no dia a dia? Como você se comporta, que tipo de piada faz, qual sua reação ao ver alguém sendo discriminado? Não há saída se não dermos nossa contribuição concreta para a sociedade mudar.

E se em vez de falar de Natal, a gente falasse de arte, ainda que pareça cansativo bater nesta tecla? Cinema, música, teatro, literatura, tudo isso é mais do que entretenimento. É preciso frequentar shows, exposições, feiras de artesanato, mostras fotográficas, rodas de chorinho e samba, qualquer coisa que extraia a emoção e a sensibilidade que estão dentro de nós, mas que, sem serem provocadas, fazem a gente parecer apenas um robô cumpridor de tarefas.

E se em vez de falar de Natal, a gente falasse de amor? Não os amores dilacerantes que viram roteiros e poemas, mas do amor sem o aditivo da angústia: amor real, compartilhado, maduro, inteligente, amor que se reconhece um projeto de satisfação, alegria, construção. Amor que não se rende aos apelos do sofrimento, aparentemente tão sublimes, mas amor que trocou a dor narcísica pelo contentamento simplificado.

E se em vez de falar de Natal, a gente falasse da fé nos acasos, da importância de não ceder a vulgaridades, da autonomia das nossas escolhas, dos favores que a vida nos fez, da poesia que há nas miudezas, de como é importante acordar, tomar café, escovar os dentes e continuar a busca pela plenitude possível?

Com Deus ou sem Deus, ter uma vida digna depende de nós. O Natal é só um pretexto.
Martha Medeiros

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

DENTRO DA GENTE


Algumas pessoas viverão pra sempre, dentro da gente. E a gente precisa dar um jeito de acomodar essa presença, que agora é feita de lembranças, porque algumas pessoas se apressaram e foram embora antes de nós.
As memórias dos afagos, dos sorrisos, dos abraços apertados… de vez em quando nos assaltam, roubam nosso sorriso e deixam lágrimas no lugar. É doloroso sim, quem poderá negar?
Em alguns dias a gente pensa em quem partiu, revira nosso baú de histórias e agradece aos céus por ter tido o direito de vivê-las. Em outros, mais cinzas, o remendo se solta e o coração da gente se despedaça de novo. A dor é intrusa e teimosa. É difícil conseguir conviver com ela. Mas depois  achando estranho o fato de ter que carregar esse fardo tão dolorido.
E a gente se percebe pensando na ilusória possibilidade de ter a chance de escutar uma última risada, uma última vez. Nada. E de nada em nada, vamos entendendo que algumas pessoas se tornaram brisa, e agora vivem no fundo de nossas memórias.
E apesar do silêncio e do vazio assombroso, o amor vai fazer com que elas não se despeçam totalmente. Uma parte delas, a melhor parte, permanecerá para sempre, dentro da gente. (Ainda bem, porque não poderíamos sobreviver se não fosse assim). E conforme o tempo passa, a gente vai percebendo que a saudade é uma forma diferente de se amar quem partiu.
Por isso mesmo é que se deve saber sentir saudade. Conhecer bem o lugar que ela deve ocupar dentro de nós e por limites nesse lugar. Saudade não é pra ser criada solta, fazendo de nós o que bem quer. Ela precisa saber que não pode sapatear sobre nossas outras emoções.
Embora a ausência de quem nos deixou pareça nos comprimir, nem tudo é feito de dor. Tem beleza, sorrisos e prazer, que ficaram no ar, suspensos de alguma forma, e nunca irão nos deixar. Tem memória boa, gosto bom de foi bom enquanto durou. E isso não passa, não se substitui nem fica para trás. O som da voz que nos chamava, o abraço que nos aconchegava, apenas mudou de consistência. Agora é nuvem. Uma bruma leve que vez ou outra nos envolverá para dizer que houve mudança, mas que de alguma forma vai ficar. Para sempre!
Contudo, é preciso obrigar a ir o que nos faz escravos: a dor que nos submete e nos tira do chão. Disto, despeçamo-nos! E assumamos que se foi de nós um pedaço, mas que uma lembrança boa ficou no lugar.

(Por Alessandra Piassarollo)