sábado, 30 de março de 2019

TENHA PRESSA DE SER FELIZ


“Tenha pressa de ser feliz, porque nós não sabemos quanto tempo nos resta”

Padre Fabio de Melo e suas frases poderosas e reflexivas! Sempre podemos refletir um pouco sobre as lições que ele traz para nossas vidas através de seus discursos. Dessa vez, a frase escolhida é muito poderosa e fala sobre diz sobre como devemos agir em relação às coisas que nos fazem mal.
Ele diz:
Vire a página. Dê um ponto final nas coisas que lhe fazem mal. A vida é um círculo, não um quadrado. Tenha pressa de ser feliz, porque nós não sabemos quanto tempo nos resta”.

Muitas vezes, ficamos presos pensando em todas as coisas que estão erradas em nossas vidas. Sabemos que elas nos fazem mal, mas ainda assim não conseguimos encontrar forças para dar um basta e buscar uma realidade de vida que nos faça mais feliz.

Esse é um problema sério, visto que a vida deve ser vivida agora, no momento presente, pois não sabemos quando será nosso último dia na Terra, e precisamos fazer com que cada respiração, cada momento ao lado de nossos amados valha a pena.

Quando estamos presos em um padrão de vida negativo, ficamos estagnados e vivemos nossos dias de maneira automática, apenas esperando o fim. Não é assim que devemos viver. Fomos criados e enviados para essa Terra para sermos vencedores, conquistarmos nossos sonhos e contribuirmos para que o mundo se torne sempre um lugar melhor. Estamos aqui para evoluir e fazer com o que o mundo evolua conosco.

Devemos nos esforçar para eliminar de nossas vidas tudo aquilo que nos faz mal e nos impede de conhecer o nosso verdadeiro potencial. Claro, nem sempre é fácil, mas somos os únicos responsáveis pela realidade de vida que temos.

Não importa quantas pessoas nos fizeram mal, está em nossas mãos a escolha de nos lamentarmos por isso ou de buscarmos a superação a cada dia e conquistar tudo aquilo que duvidam que sejamos capazes de ter.
Tenha pressa em ser feliz. Se não conseguir vencer os dilemas sozinho, procure ajuda, fale com pessoas capacitadas, busque o abraço de sua família, o conforto de seus amigos. Faça tudo o que for possível para se libertar do peso que o empurra para baixo.
A vida passa rápido e não temos nada garantido além do agora. Não desperdice sua vida se lamentando, sofrendo. Erga a cabeça e decida transformar a sua realidade.

Pode ter a certeza de que você é capaz de viver a vida que deseja. Quando começar a acreditar em si mesmo e afastar de sua vida tudo o que não o faz feliz, o caminho para a felicidade se mostrará prontamente a você.
Luiza Fletcher

sexta-feira, 29 de março de 2019

DE MÃOS DADAS



O dia em que uma mulher casada, linda, bem vestida, heterossexual, católica e da classe média alta me surpreendeu e me mostrou que fui preconceituosa com ela.

E lá estava eu no shopping observando gente enquanto tomava um café quase em frente à escada rolante que descia. Vi descerem duas mulheres de mãos dadas. Elas pareciam ter entre trinta e cinco e quarenta anos. Tinham olhar leve e tranquilo. Logo atrás delas descia uma família tradicional: pai, mãe e a pequena menina de aproximadamente quatro anos. O pai então olha para as mãos entrelaçadas das duas mulheres à frente e, em seguida, olha para sua companheira e faz um sinal com a cabeça para que ela também olhasse. Ele parecia estranhar a imagem. Seu olhar era um misto de espanto e desconforto. Então as mulheres, sem perceber nada do que acontecia atrás delas, saem da escada e seguem em direção oposta a que estou, enquanto que a família caminha na minha direção quando eu ouço a voz da mãe, calma, bem humorada e afetuosa para o marido:

-O que foi? É bonito não é? Duas pessoas de mãos dadas! Manifestação de carinho. Você devia seguir o exemplo delas e andar de mãos dadas comigo também! Desde que tivemos nossa filha, damos a mão para ela, carregamos bolsas, mochilas, empurramos o carrinho e por isso nos esquecemos de dar as mãos.

Então ela sorriu e eles seguiram, também de mãos dadas enquanto a pequena menina caminhava feliz sem se abalar, nem pelo diálogo dos pais, nem por ter visto as duas mulheres de mãos dadas.

Não sei quem são aquelas duas mulheres, elas podem ser um casal – e provavelmente eram – mas podem ser duas irmãs ou duas amigas. Ou não? O que marcou em mim naquela cena foi a destreza e a delicadeza com que aquela mãe enxergou naquelas mãos entrelaçadas apenas um sinal de afeto, de companheirismo, de vínculo, de caminhada compartilhada. Ela viu ali a mesma beleza que eu um dia vi em um casal de velhinhos que caminhava pelo meu bairro de mãos dadas. Eles pareciam ter mais de oitenta anos e é bem provável que caminhem juntos há mais de sessenta. E cá entre nós, a cena de velhinhos de mãos dadas encanta a todos não é mesmo? E por que não nos permitirmos nos encantar com todas as mãos dadas, sem darmos importância a quem são os donos delas? Mãos dadas é sempre uma cena bonita de se ver.

A capacidade de olhar para duas pessoas de mãos dadas e enxergar afeto nos ajuda a entender e respeitar as escolhas de cada um. A decência de duas pessoas que se amam e que por isso andam de mãos dadas é indiscutível e ali, naquela cena eu percebi que a pequena menina não via nada além das duas mãos juntas. Ela, que deve ter mais ou menos um metro e dez de altura tinha os olhos na mesma altura das mãos das duas mulheres. Não importava de quem eram aquelas mãos, ela não via nada além do enlace.

Ao crescermos, nossos olhos passam a enxergar “mais de cima”. Passamos a ver os rostos, os cabelos, a cor da pele, a roupa, o gênero. Isso nos mostra que nossa raça é composta de muitas diferenças, e faz parte do jogo aceitá-las. Uma mãe que, de forma tão amável, mostra ao marido e à filha que o amor de todos deve ser respeitado e aceito como o deles é, faz a diferença no mundo.

Eles que ali no shopping para mim eram a imagem clássica da família tradicional de classe média alta, composta pelo pai provedor, pela esposa e pela filha, prova que todos somos capazes de conviver em harmonia. Aquela mulher linda e bem cuidada carregava no pulso uma pulseira com uma imagem católica, me mostrando que é possível ser cristão sem atirar pedra em casais homoafetivos. Ela que é heterossexual, que estava vestindo roupas chiques, carregando uma bolsa de grife nos ombros nos quais caíam os cabelos que mais pareciam os de uma modelo internacional, olhou com amor e respeito para o casal de mulheres, ambas com os braços tatuados, roupas simples e cabelos que não passam por tratamento em salões caros. Ela, cujo marido deveria ser um alto executivo e cuja filha deve estudar em um dos melhores colégios da capital paulistana, me mostrou que talvez eu também esteja impregnada por aparências. Tal qual quem olha para o garoto negro nas ruas e sente medo de ser assaltado, eu ali, não esperava ouvir tão lindas e astutas palavras vindas de uma mulher com aquela aparência.

Então que a vida nos brinde cada vez mais com possibilidades de observarmos, de refletirmos e de definitivamente deixarmos de lado essa tosca mania de discriminar. Que não generalizemos mais nem os católicos, nem os casais homoafetivos, nem as mulheres brancas de cabelos dourados, corpo perfeito e adornos caros.

Deixo aqui meu agradecimento às duas mulheres cujas mãos caminham entrelaçadas e tranquilas por aí e também àquela mulher que poderia se chamar Gisele. Eu, que adoro (e tenho) tatuagens e também adoro cuidar dos meus cabelos em salão caro bato palmas para elas, e que a pequena menina de quatro anos possa seguir aquele exemplo.

Só se pode ver com os olhos do coração.
Fonte:  http://www.contioutra.com/author/vanelli-doratioto/ 17/11/2015

domingo, 17 de março de 2019

O PEQUENO PRÍNCIPE: SOBRE BUSCAR COM O CORAÇÃO…



Será que temos vivido da maneira correta?
Será que valorizamos o que é importante?
Ou estamos apenas fazendo contas?
Ainda somos homens?
Ou nos transformamos em cogumelos?
Sobre o que realmente temos controle na vida? Às vezes, me faço essa pergunta e chego à conclusão que sobre pouquíssimas coisas. A vida é mesmo frágil, é a chama de uma vela como diria Shakespeare. Além de frágil é fugaz, passa rápido e, contemporaneamente, em um mundo de extrema fluidez, a sensação que tenho é que a vida passa sem que eu possa de fato senti-la.
Temos que fazer mil e uma coisas em um dia, quando não temos condições de fazer cinco com qualidade. Cheios de obrigações e sem tempo para nada, o tempo passa e a chama que nos mantêm vivos fica mais fraca. Esse tempo não volta e pior, não fica na memória, pois não o gastamos com o que de fato deveria ser gasto.
A obrigação em dar certo na vida, não nos permite parar, ainda que não saibamos para aonde estamos indo. Essa maneira de se comportar intensifica-se com a vida em uma sociedade capitalista, em que a obrigação em dar certo na vida resume-se em ganhar dinheiro. Vivemos sob o jugo da alta performance e exigência de um mundo cada vez mais dinâmico.
O que me preocupa é a forma como já estamos adaptados a viver dessa forma, sem questionar se essa é a melhor forma de viver, pois como disse, a vida é breve e por ser breve deve ser aproveitada naquilo que realmente importa. Um dia a gente acorda, os anos se passaram e perdemos a oportunidade de deixar a nossa marca no mundo, de dar um abraço e ganhar um sorriso. Ou seja, ser importante para alguém e fazer de um alguém, importante.
Devemos produzir, devemos correr, devemos “ter” coisas para mostrar, como se objetos definissem pessoas, mas, mesmo que definam, são definições muito superficiais. Nessa busca incessante por um sem número de coisas, existem pessoas em lugares que não querem estar, em trabalhos que não trazem nenhuma felicidade, em relacionamentos vazios e contentam-se, afinal nos vendem a ideia de que essa é uma vida feliz.
Nós a aceitamos, por medo, preguiça ou insegurança, de viver uma vida que realmente faça jus a nossa existência e àquilo que somos. Acreditamos que a vida, dessa forma, é levada a sério, que estamos fazendo “coisas sérias”. Como é tola a sabedoria que os adultos carregam. Mal sabem que as areias da ampulheta chegam ao outro lado e suas vidas são vividas como a dos outros, sem diferenças, sem essência, sem nada que possa fazê-los importantes.
Tantas coisas que passam por nós ao longo da vida, tantas coisas que vem e vão, tantos que não nos lembramos, tantos que não lembram de nós. Poderíamos ter nos ocupado de menos coisas, ter ficado mais tempo com o que faz o coração enternecer, chorado quando sentisse vontade e colecionado sorrisos para fortalecer a alma.
Mas não temos tempo para essas coisas. No mundo dos adultos só há tempo para as coisas sérias, para fazer contas, para o racional. Desse modo, ao longo do tempo vamos esquecendo quem somos e nos transformamos em máquinas ou qualquer outra coisa. Nem tudo pode ser contado e, assim, há coisas que somente são sentidas. Embora, tenhamos nos ocupado muito em deixar de sentir. E nos orgulhamos disso, pois somos homens “sérios”.
“Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: “Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!” e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!”
Como a sabedoria do principezinho é diferente da nossa. Cegos da nossa razão, estamos inchados de orgulho de uma vida que nós afasta dos outros e de nós mesmos. Acreditamos que a felicidade está na grandiosidade ou quantidade. Guardamos tralhas que no fim das contas, apenas nos deixam mais vazios. Tentamos cultivar milhares de pessoas, mas não temos tempo para cuidá-las e, logo, não colhemos nada.
Shakespeare disse que a vida é a chama de uma vela; Quintana que a vida é breve; Niemeyer que a vida é um sopro. Eu vos digo que a vida só vale a pena, quando com pequenas coisas se ganha um sorriso. Acho que a vida do homem contemporâneo não se adéqua ao que penso, mas as pessoas grandes são muito esquisitas e isso não fui eu que disse, mas um frágil e pequenino sábio: “- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim… e não encontram o que procuram… – Não encontram, respondi… E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d’água…- É verdade. E o principezinho acrescentou: – Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração…”

(Erick Morais)


DEIXEI MEU CORAÇÃO EM MODO AVIÃO


Deixei meu coração em modo avião. Hoje não quero criar expectativas, controlar o que não posso, me culpar por aquilo que não depende só de mim.

Desisto de procurar sinais nas entrelinhas, esperar reciprocidade, exigir respostas. Quero a paz de não saber tudo, a tranquilidade de não controlar quase nada, a bonança de não sofrer por antecipação, a calmaria de não esperar nada de ninguém além de mim mesma.

Deixei meu coração em modo avião. Vou parar de cutucar minhas feridas, jogar fora os excessos de minhas gavetas, ocupar os lugares que guardei para quem não quis seguir viagem ao meu lado. Vou tomar chá de amnésia e sumiço, ensaboar a alma com perfume de oceano e deixar a água levar o que entristece e empobrece.

Vou tirar meus sapatos, deixar morrer algumas saudades, ficar confortável na minha solidão. Vou abandonar meus julgamentos e deduções, fugir das comparações, descomplicar minha tristeza e firmar pactos com a leveza. Vou exigir senha da melancolia e fugir da fila da nostalgia. Vou assumir um compromisso com a serenidade e aquietar o som da goteira da imaturidade.

Deixei meu coração em modo avião. Hoje quero me despedir das dores que de tão presentes viraram amigas, das mágoas que perderam o prazo de validade, dos pesos desnecessários que atrasaram minha marcha. Quero me vestir de perdão, absolver as causas dos meus tropeços, arejar meus ressentimentos, libertar minha culpa.

Quero tecer momentos de simplicidade, bordar auto-gentilezas, pescar coragens. Quero ter a ousadia de me ouvir com zelo, ser generosa com meus anseios e cuidadosa com meus receios. Quero ser surpreendida em momentos de pouca expectativa, e ser pega de surpresa com um riso farto que estava guardado na minha barriga.

Quero borboletas no estômago, vagalumes no olhar e joaninhas embaraçando meu caminhar. Quero ser jardineira de harmonias e semear poesia de Manoel de Barros sob a luz do sol do meio dia. Quero beber doçuras do silêncio, fotografar melodias da tranquilidade e construir abrigos de simplicidade.

Deixei meu coração em modo avião e descobri que prezo mais um teto feito de estrelas que um céu cheio de preocupações; uma companhia simples e verdadeira pra rachar uma pizza que um jantar sofisticado ao lado de gente ranzinza; um vestido de chita cheio de poesia que um longo Dior ofuscado de idolatria.

Depois de manter por tanto tempo meu coração em modo avião, revi minhas prioridades. Já não funciono mais no compasso das esperas, mas aprendi a valorizar o que tem vocação de eternidade, o que apascenta minha alma e acalenta meu espírito. Tenho pressa de ser feliz e preguiça de sofrer por miudezas. Desejo bagagens leves, com rodinhas ultradeslizantes, e todos os dias escolho a mim mesma, sem máscaras, fingimentos, disfarces ou ilusões. Escolho a mim mesma com todas as dificuldades e imperfeições, com todas as certezas e divagações, com todas as coragens e aversões.

E então, recuperado o auto-respeito, tirei meu coração do modo avião. Hoje sei que não preciso me esconder para ser feliz, mas aprendi a reconhecer onde posso e devo me demorar. E resolvi me demorar no cheiro dos livros, na visão da roda-gigante iluminada que me lembra a própria vida, no som de uma conversa amiga, no gosto conhecido de uma receita antiga. Sem pressa, sem corridas, sem cobranças. Apenas pelo prazer de estar na vida que escolhi, uma vida vestida de sorrisos, buscadora de motivos que curem, apascentem e aquietem o coração…
(Revista Pazes)

A ARTE DE SER FELIZ



Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava história. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que ouvisse, não entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu que não participava do auditório imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para uma cidade que parecida feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos: que sempre parecem personagens de Lope da Vega. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outras dizem que essas coisas só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)


* Crônica extraída do Livro “Escolha o seu sonho” de Cecília Meireles. 4ª ed., Rio de Janeiro: Global Editora, 2016.