sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

SEM FRICOTE


"Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida..."

Martha Medeiros

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

NÃO IMPORTA O TEMPO



"Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa,
o afeto no exato ponto em que foi interrompido."

(Arthur de Távola)

QUERO...



"Quero me encantar mais vezes.... Admirar mais vezes.... Compartilhar mais amor.... Dançar com a vida com mais leveza.
Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada.
Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor.
Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente...."

(Ana Jácomo)

domingo, 26 de janeiro de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

POR ONDE COMEÇAR



Sonhos, planos e objetivos temos aos montes. O que nos falta, nós dizemos, são as oportunidades para realizá-los, falta o começo do fio, o primeiro degrau, o primeiro caminho de uma estrada que prevemos longa e rica. 

Perdemos um grande tempo por que nos conhecemos o bastante para saber quais são nossos desejos, mas não o suficiente para acreditar que podemos chegar ao fim deles. Claro, essa regra não se aplica a todo mundo e é por isso que o mundo continua a andar. 

Há quem chegue a uma certa idade e se ache velho demais para construir. Essas pessoas olham para trás e admiram os que consideram fortes e determinados e se dizem que tudo o que eles mesmos fizeram foi viver o dia-a-dia como o mais comum dos mortais. E mesmo se os sonhos não morreram em si, acham que agora é tarde para tentar encontrar o caminho ao qual teriam dado o primeiro passo. 

Claro, voltar atrás é impossível. O que é possível ainda é não se considerar velho demais e nem morto em vida, é saber que o mundo continua enquanto nós continuamos e que, mesmo se precisamos rever nossos planos e traçar outros, sempre é tempo de começar algo. 

Não é por que corremos o risco de nunca ver as flores que devemos deixar de plantá-las. Se não alcançarmos a bênção de vê-las floridas, outros o farão, sentirão seu perfume e pensarão em nós. 

Os que esperam o tempo de saber onde começar nunca fazem nada, porque a ideia já é o começo e as atitudes a serem tomadas para dar vida a ela são os passos seguintes. 

Quando não sabemos por onde começar, devemos começar pelo que sabemos, nos aplicar nas pequenas coisas e pequenos detalhes que, juntos, poderão realizar grandes coisas.

Se você tem planos no fundo do seu coração para fazer o bem, a caridade e não começa por que não sabe por onde, comece com seu irmão, a casa do seu vizinho ou com seu colega de trabalho. A gentileza, o dom sincero de si e a bondade, são recursos que temos naturalmente. 

O que você parece insignificante, para uma outra pessoa pode ser o ponto que vai transformar sua vida. 

Quaisquer que sejam nossos projetos, comecemos pela fé de que se realizarão. Depois podemos olhar para nossas mãos e ver o que já possuímos, o que pode ser aproveitado.

O fato é que de braços cruzados nunca chegaremos a voar por nós mesmos. Mesmo os pássaros quando voam e procuram alimentos estão sempre de asas abertas, observam o mundo, o movimento e descobrem onde podem pousar. 

Ponha amor nas mãos e mãos à obra! É bem conhecido que grandes feitos sempre começaram por pequenos passos.

Letícia Thompson

sábado, 18 de janeiro de 2014

A VOZ DE DEUS



Quer sentir sempre coisas palpáveis na sua vida? Acreditar somente naquilo que te dói na carne ou te fere os ouvidos? Ande descalço! Suporte pedras, chão quente e chão frio, ande com os olhos arregalados e esqueça-se que tem um coração. Mas não se esqueça de deixar de lado também a mágoa que te provocaram, o amor que sentiu, o encantamento dos momentos que sua memória registrou.

Se nem tudo é branco e nem tudo é preto, devemos saber qual caminho pegar para chegar ao meio.

Alguém me disse que nunca ouviu a voz de Deus. Mas essa mesma pessoa já ouviu a voz do irracional, inexplicável, da razão, do coração que transporta pelos caminhos que a conduzirão, inevitavelmente, a penhascos que conduzirão a quedas mais que dolorosas.

Quando Deus fala, não é diferente do que quando um amigo fala o que estávamos precisando ouvir, ou um texto que chegou nas nossas mãos quando o desespero tomava conta da alma e nos levantou do chão.

Deus fala quando nosso coração está de joelhos e nossos ouvidos atentos aos sinais que a vida colocou escancaradamente à nossa frente.

Deus fala quando o nó no estômago diz "não vá" e nossas pernas pegam assim mesmo o caminho errado. Deus fala quando um imprevisto acontece, um milagre se faz, o irreal torna-se realidade.

Deus fala em tudo, a todo momento e poucos são os que O ouvem, porque raros são os que aceitam a contradição dos próprios desejos, a humildade do não saber tudo, o "eis-me" aqui quando nosso coração viaja por lugares distantes e desconhecidos.

A mão de Deus não é diferente da do amigo que chegou no momento exato, daquele ombro ou abraço que nos fizeram sentir reconforto ou do lenço que nos ofereceram no momento que a alma se entregou ao choro.

Deus fala, Deus grita, Deus nos sacode e pacientemente espera nossa reação. Deus é! Esperar ouvir Sua voz para, enfim, acreditar que Ele fala, é negar Sua existência mesmo, pois que Ele está em tudo e toda parte e nossas mãos físicas não podem acariciá-Lo.

Deus é a essência da fé. Sua voz é o vento que guia nosso barco, é aquilo que cala nosso coração e nos faz acordar para a vida. Infelizmente, todos não estão preparados para ouvi-Lo e isso faz diferença no nosso caminho.

"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" Aquele que não tem, precisa de cem vezes mais de oração, que abre as portas e desbrava os caminhos.

© Letícia Thompson

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SONHO...

 
"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre"

Adélia Prado

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

QUANDO A VIDA SORRI


Nem tudo é preto e nem tudo é branco na vida. Se muitas vezes temos a impressão que o mundo e todas as misérias dele recaem sobre nós é por que não olhamos com mais objetividade para nosso interior ou os passos que deixamos para trás.

É próprio do ser humano, ou da maior parte dele, de revisitar a vida mais facilmente nos momentos dolorosos. Vamos, passo a passo, revendo isso mais aquilo, sempre somando as tristezas.

Parece que queremos nos convencer da nossa razão de tristeza existencial, provar a nós e aos outros o quanto somos privados da felicidade que cremos (mas só cremos!) destinada a alguns privilegiados.

A cada ano quatro estações distintas que nos mostram que a vida está sempre em movimento. A cada dia variações de temperatura e de luminosidade que provam que a vida não é estática. E é assim conosco. Depois das primeiras horas, primeiros dias e primeiros anos muito e muito aconteceu.

Por que então privilegiar os momentos onde a vida pareceu mais árdua, por que medir os rios de lágrimas que choramos e não os quilômetros de sorriso que demos? Mesmo se poucos (e o que é pouco na contagem de uma vida?), esses momentos existiram. Com certeza, existiram.

A vida sorri aqui e acolá. Sorri quando nasce uma criança, quando brota uma flor, quando as férias chegam, quando revemos alguém depois de longo tempo, quando nosso coração descobre a alegria de enxergar outro coração e assim por diante.

Não fugindo da realidade que nos cerca e que devemos enfrentar, é bom relembrar o que de bom e bonito nos aconteceu. Visitar mais vezes nos recantos da memória o bem que nos fizeram, o dia mais marcante, os momentos que compartilhamos e as gargalhadas que demos.

Devemos acreditar que no muro que está diante de nós pelo menos uma janela vai se abrir, assim como se abriram as portas pelas quais atravessamos e que nos conduziram até o hoje.

Quando a vida nos sorri devemos tirar um retrato dela e colocar num grande quadro, bem visível no lugar que mais ficamos na nossa casa. E olhar pra ele mais vezes, mais intensa e mais profundamente. 

Um momento de felicidade pode ser muito maior e compensar centenas de outros menos alegres. Se acreditamos nisso vivemos muito mais e muito mais serenamente.
 
© Letícia Thompson


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

BATALHAS DA VIDA




Acabou a festa, como acabou o ano. Muito longe de ter tudo renovado neste primeiro dia, começamos já cansados. Passamos o ano, deixamos o velho pra trás, mas viemos com nossas bagagens. Nada muda, senão essa esperança que se apega a nós de que alguma coisa será diferente daqui pra frente.

Das culpas que carregamos do que passou, poucas assumimos. É a crise, é a vida, é a sociedade e é assim. A vida é essa batalha que se dá a cada dia e cada amanhecer é uma vitória sobre o dia passado. Somos carregados pela massa, levados pela água que não controlamos e nos tornamos sobreviventes.

O que pode fazer diferença entre o ano que passou e o que começa não são as horas, nem a cor do céu ou a chuva e o sol que continuam incansavelmente os mesmos. A única coisa que pode fazer diferença de um dia para o outro, de um ano para o outro, de uma situação para outra, somos nós mesmos.

Os caminhos espinhosos do passado, devemos evitar. Não poderemos mudar as decisões que tomamos e das quais nos arrependemos, mas podemos, apesar disso, mudar o rumo das nossas prioridades, podemos mudar de idéia e assumir isso de cabeça erguida.

Só os tolos carregam seus erros sem jamais reconhecer a falha e esses chegam ao fim da linha com os ombros pesados, vítimas da própria tolice.

Os sábios, ah, os sábios! Quem disse que nunca erraram? Nenhum homem é feito de perfeição e os sábios reconhecem isso como ninguém. Mas eles sabem consertar, restaurar, mudar de caminho, olhar para o lado onde ninguém ousa olhar e possuem dentro do peito uma determinação desconhecida aos simples mortais.

Neste ano que começa, que haja sabedoria em seu coração! Não se considere como mais um que erra, mas como mais um que procura acertar e ponha seu coração na busca da felicidade, mesmo que essa seja apenas uma vaga imagem muito longe de você.

O coração transporta, leva, traz, motiva, ajuda a sobreviver. Ele acredita nos sonhos, nos mais loucos sonhos e pulsa a cada passo que damos na boa direção.

Que neste novo ano você dê o primeiro passo, apenas o primeiro, mas aquele fundamental para os seguintes! Se a vida não for cor-de-rosa, coloque você mesmo a sua cor preferida para transformá-la. Só você é responsável do seu destino, dos seus erros e das suas vitórias! Só você pode recomeçar e refazer e esse é o meu desejo maior nesse dia de hoje!

© Letícia Thompson