sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ADEUS, ANO VELHO!

Nesses últimos instantes de 2010, recorri a um texto da Letícia Thompson, que, particularmente, gosto muito. A mensagem abaixo traduz muito o que passamos, sentimos, não só em 2010, mas ao longo da vida. Uma boa reflexão para a virada do ano!
FELIZ 2011!
O meu carinho por você...
Nair



"É tempo de preparar as bagagens, pois daqui a algumas horas o próximo trem chega à última estação.
Com cuidado vamos selecionando o que queremos carregar. Outras coisas nos seguirão, independentes de nós. Estão impregnadas na nossa pele e qualquer que seja o próximo caminho, nos acompanharão. E é bom que assim seja!
Essas coisas, freqüentemente doloridas, serão nossos sinais de atenção para os próximos passos, nossa febre nos alertando que devemos ter cuidado. São as benditas dores que nos tornam pessoas reais e humanas, sensíveis e verdadeiras.
Vamos colocar nessa mala, voluntariamente, nossos mais doces momentos, mesmo se passados.
Do nosso lado, nossos amigos mais queridos: os antigos, os novos, os que estão chegando e a lembrança dos que partiram.
Traremos ainda nessa mala nossas roupas mais bonitas e aquelas que contam histórias. Ninguém duvida que certas roupas contam histórias, da mesma forma que os perfumes e as músicas.
Traremos no coração os lugares que pisamos e, se não deixamos nossas marcas, carregamos em nós as marcas deles.
Traremos, sobretudo, nosso coração, vivido, quebrado e recolado, mas ainda inteiro, palpitante!
Nada de lágrimas! Elas ficarão escondidas para as grandes ocasiões e chegarão nos momentos oportunos, desejadas ou não. E nos trarão a calma dos grandes rios quando precisarmos recuperar forças para continuar o caminho.
Fecharemos então essa mala com alegria e a selaremos com ação de graças, pois tudo o que foi e tudo o que vem é para nosso crescimento.
Que possamos encontrar em tudo e em cada coisa o ponto positivo que vai nos mostrar que vale a pena ainda seguir.
E que, acima de todas as coisas, seja o Senhor nosso maior companheiro de viagem. É a mais linda forma de nunca nos sentirmos sós! "

LetíciaThompson

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

SOU O PRÓPRIO TEMPO


Sou o próprio tempo
que marca em mim.
O tempo de ser eu mesmo,
de enfrentar meus conflitos,
conviver com meus fantasmas,
Sim, quem não os tem?

Sou horas, minutos e segundos,
que, às vezes, são tão marcantes
quanto a efemeridade
do que ainda não aconteceu.

Sou o próprio tempo que deixa sinais,
pequenos riscos na alma,
lembranças que vão me transformando.
Sei onde piso, apesar do medo;
sei onde vou, apesar da incerteza.

Sou eu mesmo quem se arrisca
em amores frustrados,
empregos cansativos,
amigos nem tão amigos assim
e pessoas vazias,
que me deixam entediado.

Sou o próprio tempo
e não sou dono de nada,
nem do meu tempo, que me cobra tanto
coisas que fiz e que ainda tenho que fazer.
Quantas delas poderei aproveitar?
O que é realmente importante?
Não sei... O tempo, quem sabe, um dia dirá.

Por enquanto, quero viver e
ser dono de alguns minutos.
Tempo suficiente
para me arriscar em um novo amor,
porque sem amor não vejo graça no tempo,
que se arrasta lentamente
na solidão do meu quarto.

Por isso, sou o próprio tempo,
e desejo que o tempo que me resta
seja feito de sonhos,
recheados com esperanças,
e delicadamente coberto com amor,
como se o tempo fosse um doce,
um desejo de infância,
um tempo de ser feliz.

Paulo Roberto Gaefke

sábado, 25 de dezembro de 2010

TENHA UM FELIZ NATAL!


Natal também é tempo de Amor;
tempo de sonhos; tempo de trocas;
tempo de dar; tempo de receber.
Tempo de realizar esperanças e
sonhos guardados na gaveta de nossa alma.

Desejo que todos os sonhos que você guardou
na sua gaveta se transformem em realidade!

Que este Natal transforme a sua vida.
Que você possa dar e receber muito AMOR,
para aqueles que estão próximos e
também aos que estão distantes.
Que o seu novo ano comece cheio de luz.
Que o sol brilhe mais forte em todos os seus dias.
E quando chegar a noite, que as estrelas lhe sorriam.
Que os alimentos e a água sejam como
bênçãos para a saúde de seu corpo.
Que o sucesso material lhe acompanhe em todas as horas.
Que suas necessidades afetivas sejam todas concretizadas.

E por tudo isto, a vida seja para você um prazer de fonte inesgotável.

Feliz Natal e um Ano Novo diferente, repleto de surpresas e confirmações!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

TEMPO DE SER ABRIGO


Seja lá o que for, ninguém consegue viver sem um teto.
Concreto, telhas, sapé, zinco ou papelão, numa bonita casa,
debaixo do viaduto, da ponte ou da marquise,
num rico apartamento, no cortiço ou na favela.

A casa define o homem.
O homem-rato do bueiro,
o homem-das-cavernas do viaduto,
O homem-ilustre dos palacetes.
De qualquer forma que se apresente,
a casa é " o espaço da vida",
o abrigo dos sonhos e esperanças.

Quem não tem onde morar não tem "espaço para a vida",
não tem sonhos, tem pesadelos,
falta-lhe abrigo para aninhar as esperanças.
O mais terrível, porém, é ter casa e não ter espaço,
não ter sonhos, nem esperanças.

O pior é ter as portas fechadas.
O pior é ter onde morar, mas se cercar de alarmes,
de grades e cadeados, guardas e muros altos.

Agora, é tempo!
Tempo de ser abrigo, tempo de abrir janelas,
portas e portões para a fraternidade.

É tempo de fazer circular de dentro para
fora de nossas casas e coração
a brisa da solidariedade.

É tempo de ser abrigo de Alguém.
É tempo de se fazer abrigo de Alguém.
Vamos viver este tempo de graça.


Patrícia Silva

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MALA DE VIAGEM


(Paulo Roberto Gaefke)

Felizes os que percebem a tempo
que não tem uma boa bagagem,
antes de embarcar no último trem para o infinito,
aquele que passa sem avisar, que leva nossos sonhos,
deixando no rastro do horizonte apenas lembranças...
pedaços do que fomos, ou o que representamos para alguém.

Felizes os que acordam e resolvem viver,
decidem colocar na mala da vida os melhores momentos,
sendo importantes na vida de alguém,
conquistando tesouros que não enferrujam,
praticando a caridade, fazendo o bem sem olhar a quem.

Amizades que se consolidam na eternidade,
forjadas na união das mãos que se ajudam,
olhos que veem a dor e dividem o pão,
coração que sofre junto com a dor do outro,
que se compadece dos caídos,
que se entristece pelos que ficaram no chão.

São os que acordam para a realidade da vida,
que fazem mais do que viver, compartilham,
são generosos, enxergam o bem,
pouco falam, mas fazem muito,
e descobrem por fim, que a mala está cheia,
e extremamente leve, não precisa de rodas,
dispensam carregadores e favores
pois estão cheias de respeito,
carinho e saudade,
uma mala inteira de felicidade.

Essas pessoas são inesquecíveis...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

UM MUNDO MARAVILHOSO


Eu não sei se a terra se acomodou com tantas catástrofes ou se as pessoas acabam se acostumando com as tragédias. Prefiro pensar que não. Prefiro pensar que os corações não se endurecem, não tornam-se insensíveis e indiferentes.

O que aconteceu no Haiti essa semana moveu o mundo inteiro. De repente os países e as populações uniram-se num bloco de solidariedade para tentar salvar o que se podia da situação. Grandes gestos, grandes feitos, grandes homens...

Mas por que é preciso uma tragédia para que o mundo acorde para ajudar um dos países mais pobres do mundo? Antes do terremoto a miséria já assolava o local, os tetos já caíam sobre as cabeças e as pessoas já não tinham o que comer.

Assim somos nós nesse mundo que Deus criou. Nos acomodamos a tudo e passamos a olhar com indiferença e muitas vezes é preciso que algo extraordinário aconteça para que sejamos sacudidos e possamos acordar.

Nos comportamos dessa maneira em relação ao mundo e aos nossos. Quem ainda não percebeu que as lágrimas aproximam muito mais as pessoas que as alegrias? Os abraços de consolação são mais demorados e mais sinceros que os de felicitações, como se a dor tivesse o poder de soldar o que estava quebrado, unir o que estava separado.

Talvez seja essa a razão das grandes tragédias que acontecem. Talvez precisemos desses alertas para que possamos olhar nossa casa e o mundo de forma diferente, mais humana.

Eu queria que não fosse preciso uma doença, uma má notícia, uma desilusão para que as pessoas despertassem para a vida. Queria um mundo maravilhoso onde ouvir fosse natural, a gentileza fosse natural, o perdão fosse dado antes que o outro pedisse, onde compartilhar fizesse parte da rotina diária de cada um.

Se assim fosse, haveria menos famílias separadas, menos fome, menos solidão, menos peso nos ombros de certas pessoas e menos infelicidade.

O mundo é o que é e não podemos voltar atrás. Mas nada nos impede de olhar para a frente, de abrir os olhos, os braços e o coração. Nada nos impede de dar as mãos, reparar erros, erguer a cabeça e continuar a acreditar que amanhã pode ser diferente de hoje e que, por mínima que ela seja, nossa contribuição pode ser dada.

Quem pensa que não possui nada e nada pode dar está muito enganado. Damos muito quando oferecemos nossas orações e iluminamos os caminhos quando distribuímos a esperança.

Quando ajudamos o nosso próximo, não deixamos pegadas apenas na sua história, deixamos também marcas no coração de Deus.

Letícia Thompson

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VAI REVER AS ROSAS...


Quando o amor bate às portas do nosso coração nos sentimos importantes.
Amar e saber-se amado da mesma pessoa é o sonho de todo mundo.
Ser único, sentir-se único e ter para si o tesouro único que a terra tinha escondido.
Quando amamos sempre somos únicos, pois ninguém sente como nós,

ninguém espera, deseja, sonha e dói como nós.
Ninguém se alegra tanto, se desespera tanto, comete tantos erros e tantos acertos.
O amor nos torna seres extraordinários.

Ah! E a pessoa amada, essa então!!!
O coração apaixonado possui essa capacidade extraordinária

de ignorar os pequenos defeitos (e até apreciá-los!), moldar carinhosamente as
pequenas diferenças e fazer de conta que não está vendo,
não está sentindo, não está doendo.

Ele perdoa sem que perdão seja carecido e continua

o eterno caminho das promessas dos que amam para sempre.
E de tanto amar, tanto aperfeiçoar e fechar os olhos,

ele se esquece que o ser perfeito não existe.

Então, quando amanhece o dia do dia-a-dia, os defeitos
ou o que a pessoa é, em si, realmente, aponta e desaponta.
Já não parece no fim da tarde da convivência

que a pessoa de antes e a de depois são a mesma.
Já não parece assim tão única e tão especial.
Já tudo parece tão igual, tão simples e tão normal.
Tanto, que causa desencanto.

E é então que vem a lição de um principezinho

que teve a ousadia de amar uma rosa.
Foi preciso caminhos e encontros para que alguém

lhe dissesse, enfim: "vai rever as rosas!...
tu compreenderás que a tua é única no mundo!..."

Ah! Como as rosas se parecem e como cada qual é sem igual!

Como tantos se parecem com o que amamos e como são diferentes!
Única é aquela pessoa que fez vibrar nosso coração um dia,

aquela pela qual sofremos, lutamos, jogamos tudo pro ar
e nossos olhos viram estrelas até nas noites mais escuras.

Sim...
quando o coração achar-se demasiado descontente e

desencantado, que ele passeie pelo jardim do passado,
onde reinava a magia e a esperança,
onde o amor tinha cheiro da pessoa amada e
transformava tudo o mais no mundo em nada!

Que ele redescubra que entre tantas e tantas pessoas iguais,

a que amamos é e sempre será única na vida da gente!
© Letícia Thompson

QUISERA, SENHOR, NESTE NATAL...


Quisera, Senhor,
neste Natal armar uma árvore dentro do meu coração e
nela pendurar, em vez de presentes,
os nomes de todos os meu amigos.
Os amigos de longe e de perto.
Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que, às vezes, ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que, sem querer, eu magoei, ou sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e
aqueles de quem conheço apenas as aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Quisera, Senhor,
neste Natal armar uma árvore de raízes muito profundas para que
seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração.
De ramos muito extensos, para que novos nomes vindos
de todas as partes venham juntar-se aos existentes.
De sombra muito agradável, para que nossa amizade
seja um aumento de repouso nas lutas da vida.
Que o Natal esteja vivo em cada dia do ano que se inicia.
Para que possamos viver juntos o amor.
Um feliz Natal a todos nós!
(AD)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TEMPO DE VIDA


Era uma vez, um homem muito observador.
Ele estava sempre atento a tudo o que o rodeava.

Um dia ele sentiu vontade de visitar a cidade de Kammir
e após dois dias de marcha por caminhos
empoeirados, ao longe avistou Kammir.

Um pouco antes de chegar, chamou-lhe a atenção
uma colina que se encontrava à direita do caminho.

Ela estava coberta de um verde maravilhoso,
com numerosas árvores, pássaros e flores encantadoras.

Tudo estava rodeado por uma cerca envernizada.
Uma pequena porta de bronze o convidava a entrar.

Ele resolveu conhecer melhor aquele lugar.
Entrou e foi caminhando lentamente entre as
brancas pedras distribuídas no meio das árvores.

Permitiu que seu olhar pousasse como borboleta
em cada detalhe daquele paraíso multicor.

Como era extremamente observador, descobriu,
sobre uma daquelas pedras, a seguinte inscrição:
"Abdul Tareg viveu oito anos, seis meses, duas semanas e três dias."
Sentiu-se um pouco angustiado ao perceber
que aquela pedra não era simplesmente uma pedra, era uma lápide.
Teve pena ao pensar em uma criança
tão nova enterrada naquele lugar.

Olhando ao redor, o homem se deu conta de que a
pedra seguinte também tinha uma inscrição.
Aproximou-se e viu que estava escrito:
"Yamir Kalib viveu cinco anos, oito meses e três semanas."

O homem sentiu-se muito transtornado.
Aquele belo lugar era um cemitério, e cada pedra era uma tumba.
Uma por uma começou a ler as lápides e todas tinham
inscrições similares: Um nome e o exato tempo de vida do falecido.

Porém, o que lhe causou maior espanto foi comprovar que
quem mais tinha vivido, apenas ultrapassara os onze anos.
Invadido por uma dor muito grande, sentou-se e começou a chorar.

A pessoa que tomava conta do cemitério,
que naquele momento passava por ali,
aproximou-se. Permaneceu em silêncio enquanto
olhava o homem a chorar e,
após algum tempo, perguntou-lhe se chorava por alguém da família.

- Não, ninguém da família, respondeu o visitante.
- Mas o senhor pode me responder o que se passa nessa cidade?
Que coisa tão terrível acontece aqui?
Por que tantas crianças mortas enterradas neste lugar?
Qual a horrível maldição que pesa sobre essas pessoas
que as obrigou a construir um cemitério só para crianças?

O velho sorriu e falou:
- Pode acalmar-se. Não existe nenhuma maldição.
O que acontece é que aqui temos um antigo costume e eu vou lhe contar.
Quando um jovem completa quinze anos, ganha de seus pais uma caderneta,
como esta que eu mesmo levo aqui, pendurada no pescoço.
É uma tradição do meu povo que a partir dessa idade,
cada vez que desfrutamos intensamente
de alguma coisa boa, anotamos na caderneta.

À esquerda o que foi desfrutado e à direita, o tempo que durou.
É assim que anotamos. Se conhecermos uma moça e
nos apaixonarmos por ela,
quanto tempo durou essa paixão e o prazer em conhecê-la?
Uma semana?
Duas?
Três?
E depois, a emoção do primeiro beijo, quanto durou?
Um minuto e meio?
Dois dias?
Uma semana?
E a gravidez ou o nascimento do primeiro filho?
E a tão desejada viajem, por quanto tempo desfrutamos integralmente?
E o encontro com o irmão que retorna de um país distante?
Quanto tempo desfrutamos dessas situações?
Horas?
Dias?
Meses?
Assim, vamos anotando na caderneta cada momento bem aproveitado,
cada minuto que valeu a pena.
E quando alguém morre, é nosso costume abrir a caderneta
e somar o tempo bem desfrutado para gravá-lo sobre a pedra,
porque esse é, de fato, para nós, o único tempo que foi vivido.
Pense nisso!
No balanço final dessa curta existência na Terra,
o que terá verdadeiramente valido a pena,
será o que de bom e útil tivermos vivido.

(AD)




INVENTE SEU NATAL

Leticia Thompson

Invente seu Natal!
Faça algo diferente!
Faça o melhor que puder
Com aquilo que tiver!
Enfeite-se, alegre-se.
Se não tem dinheiro,
Encha seu coração de amor!
Seja a própria árvore
Com bolinhas coloridas
E muito riso!
O calor que emana do seu abraço
Dinheiro nenhum no mundo
Pode comprar.
Dê um abraço, um sorriso,
Um eu gosto de você, um te amo...
...Seja você o presente!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Feliz Natal

CICATRIZES


Cesare Belisarius

Hoje abri meu baú de recordações...
vasculhei sonhos, remexi ilusões,
toquei feridas... toquei desilusões.

Coisas que marcaram, músicas que ficaram,
poemas de Drummond...
perfumes que ainda exalam e espalham pelo ar,
nos aromas de cada história vivida
e de cada sensação sentida,
o néctar do meu passado !

E bem lá no fundo, escondido
em meio às paixões esquecidas,
encontrei um amor que tanto machucou,
mas que o tempo cicatrizou.

Num misto de saudade e tristeza,
revivi os tantos momentos de alegria e tormento
Momentos felizes, momentos de festa e euforia...
mas que foram momentos roubados,
pela vida negados...

Um amor extirpado, dois seres divididos,
cada qual em seu caminho,
seguindo novos destinos, novos sonhos,
novas paixões, novos desatinos,
novos recomeços...

Vida... sábia conselheira, experiente timoneira,
nos conduziu a outras direções.
Tempo... bálsamo de todas as dores,
fecha todas as feridas,
deixando em seu lugar apenas cicatrizes...

Mas hoje, ao te encontrar neste baú de recordações,
não sei se de surpresa... pois te julgava esquecido,
não sei se de emoção... que já não julgava sentir,
um soluço sufocou meu peito e eu chorei...
chorei...chorei... chorei

E assim, após tanta lágrima derramada,
senti minha alma lavada e foi aí que descobri
Que as cicatrizes, na verdade,
são apenas feridas disfarçadas...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ENSAIO SOBRE A AMIZADE


"Nesta página, hoje, sem razão especial nem data marcada,
estou homenageandoaqueles que têm estado
comigo seja como for, para o que der e vier..."

Que qualidade primeira a gente deve esperar de alguém com quem pretende um relacionamento? Perguntou-me o jovem jornalista, e lhe respondi: aquelas que se esperaria do melhor amigo. O resto, é claro, seriam os ingredientes da paixão, que vão além da amizade. Mas a base estaria ali: na confiança, na alegria de estar junto, no respeito, na admiração. Na tranqüilidade. Em não poder imaginar a vida sem aquela pessoa. Em algo além de todos os nossos limites e desastres.

Talvez seja um bom critério. Não digo de escolha, pois amor é instinto e intuição, mas uma dessas opções mais profundas, arcaicas, que a gente faz até sem saber, para ser feliz ou para se destruir. Eu não quereria como parceiro de vida quem não pudesse querer como amigo. E amigos fazem parte de meus alicerces emocionais: são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu. Falo daquela pessoa para quem posso telefonar, não importa onde ela esteja nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer: "Estou mal, preciso de você". E ele ou ela estará comigo pegando um carro, um avião, correndo alguns quarteirões a pé, ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for.
Mais reservada do que expansiva num primeiro momento, mais para tímida, tive sempre muitos conhecidos e poucas, mas reais, amizades de verdade, dessas que formam, com a família, o chão sobre o qual a gente sabe que pode caminhar. Sem elas, eu provavelmente nem estaria aqui. Falo daquelas amizades para as quais eu sou apenas eu, uma pessoa com manias e brincadeiras, eventuais tristezas, erros e acertos, os anos de chumbo e uma generosa parte de ganhos nesta vida. Para eles não sou escritora, muito menos conhecida de público algum: sou gente.

A amizade é um meio-amor, sem algumas das vantagens dele mas sem o ônus do ciúme – o que é, cá entre nós, uma bela vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar, é poder criticar (com carinho, por favor), é poder apresentar namorado ou namorada, é poder aparecer de chinelo de dedo ou roupão, é poder até brigar e voltar um minuto depois, sem ter de dar explicação nenhuma. Amiga é aquela a quem se pode ligar quando a gente está com febre e não quer sair para pegar as crianças na chuva: a amiga vai, e pega junto com as dela ou até mesmo se nem tem criança naquele colégio.

Amigo é aquele a quem a gente recorre quando se angustia demais, e ele chega confortando, chamando de "minha gatona" mesmo que a gente esteja um trapo. Amigo, amiga, é um dom incrível, isso eu soube desde cedo, e não viveria sem eles. Conheci uma senhora que se vangloriava de não precisar de amigos: "Tenho meu marido e meus filhos, e isso me basta". O marido morreu, os filhos seguiram sua vida, e ela ficou num deserto sem oásis, injuriada como se o destino tivesse lhe pregado uma peça. Mais de uma vez se queixou, e nunca tive coragem de lhe dizer, àquela altura, que a vida é uma construção, também a vida afetiva. E que amigos não nascem do nada como frutos do acaso: são cultivados com... amizade. Sem esforço, sem adubos especiais, sem método nem aflição: crescendo como crescem as árvores e as crianças quando não lhes faltam nem luz nem espaço nem afeto.
Quando em certo período o destino havia aparentemente tirado de baixo de mim todos os tapetes e perdi o prumo, o rumo, o sentido de tudo, foram amigos, amigas, e meus filhos, jovens adultos já revelados amigos, que seguraram as pontas. E eram pontas ásperas aquelas. Agüentei, persisti, e continuei amando a vida, as pessoas e a mim mesma (como meu amado amigo Erico Verissimo, "eu me amo mas não me admiro") o suficiente para não ficar amarga. Pois, além de acreditar no mistério de tudo o que nos acontece, eu tinha aqueles amigos. Com eles, sem grandes conversas nem palavras explícitas, aprendi solidariedade, simplicidade, honestidade, e carinho.

Nesta página, hoje, sem razão especial nem data marcada, estou homenageando aqueles, aquelas, que têm estado comigo seja como for, para o que der e vier, mesmo quando estou cansada, estou burra, estou irritada ou desatinada, pois às vezes eu sou tudo isso, ah!, sim. E o bom mesmo é que na amizade, se verdadeira, a gente não precisa se sacrificar nem compreender nem perdoar nem fazer malabarismos sexuais nem inventar desculpas nem esconder rugas ou tristezas. A gente pode simplesmente ser: que alívio, neste mundo complicado e desanimador, deslumbrante e terrível, fantástico e cansativo. Pois o verdadeiro amigo é confiável e estimulante, engraçado e grave, às vezes irritante; pode se afastar, mas sabemos que retorna; ele nos agüenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser melhores: como o verdadeiro amor.
Lya Luft

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Reeleito Superior da Província do Rio


Acaba de ser reeleito Padre Vicente de Paula Ferreira como Superior da Província do Rio para os próximos quatro anos. O novo Vigário Provincial é o Padre José do Carmo Zambom. Também foram eleitos os Conselheiros: Pe. Nelson Antônio Linhares, Pe. José Raimundo Vidigal e Pe. Maikel Pablo Dalbem.

Durante esta quarta-feira, serão eleitos os novos Secretários e o Conselho Fiscal.

A qualquer momento divulgaremos mais informações sobre as eleições provinciais no site da Província!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Trailer: Aparecida - O Milagre 2010.avi

EU QUERIA SER...


Como uma ave que voa no céu...
O Bem-te-vi que canta feliz logo ao amanhecer...
O ágil Beija-flor que busca o néctar da vida!
O Uirapuru de canto belo e raro
todos se calam para ouví-lo...

Uma Coruja que desvenda mistérios, vence o temor...
Que na cegueira ultrapassa os limites do perceptível...

Eu queria ser um Cão, dócil e amoroso, mas firme...
Fiel companheiro, o melhor amigo...

Um Gato manso e dengoso... elegante...
O lado feninino e intuitivo acentuado...

Mas eu queria ser também...
Como uma Leoa... a rainha, forte, vigorosa e destemida
A Tigresa que não se deixa dominar...

Mas também seria bom ser

Como a Serpente que se levanta corajosa quando ameaçada...
Aquela que ergue a vida e cria a realidade,
o poder criativo que faz conhecer os valores profundos...

Seria um sonho ser
Um Cisne imponente e magestoso e descobrir
o que há de melhor em mim...

Um Golfinho puro, sincero, amoroso e inteligente...

Ter a força do Elefante...
A velocidade do Coelho...
A inteligência e astúcia do Macaco...
A esperteza da Raposa...

Queria ser um Escorpião que dá proteção,
que preserva a natureza
e faz qualquer coisa para manter a integridade...

Ser a Onça, cautelosa... habilidosa...deliberadamente
solitária, astuciosa...
Aprender a conviver comigo mesma e não depender dos outros
para atingir os objetivos...
Aquela que ensina a conquista do próprio espaço...

Eu queria ter...
A longevidade do Jabuti... ser paciente, tranquila,
cheia de fé confiança e coragem...

O poder do Cavalo para poder galopar pela vida,
mas nunca esquecer dos caminhos que percorreu...

Mas sobretudo... eu queria ser...
Uma BORBOLETA... livre para voar...
Que percebe todas as etapas necessária para
uma verdadeira transformação interna e externa...

(Juliana Ramires)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

UM ABRAÇO


Paulo Roberto Gaefke

Receba um abraço!

Não um abraço frouxo, desajeitado,
desses dado de qualquer jeito, não!

É um abraço apertado, que segura a alma,
retém até o problema mais imediato,
ampara e traz conforto, alento de fato.

Às vezes, um abraço de verdade amplia horizontes,
consola mais que mil palavras,
retifica opiniões, esclarece dúvidas,
sela amizades, reconforta o amor,
restaura vidas e até quebra barreiras,
termina brigas que parecem sem fim,
transforma terreno abandonado em jardim.

Por isso, receba meu abraço.

Ele pode ser muito simples,
e é assim que o abraço sincero deve ser.

Leve e seguro,
generoso e reconfortante,
poderoso e singelo,
humilde, mas cheio de calor,
carregado de lembranças, que se enche de amor.

Amor puro, fraterno, terno,
que lembra um pouco a infância,
abraço gostoso, como abraço de criança,
que nos remete ao futuro, a uma nova chance,
abraço é tudo de bom, é a própria esperança.

Receba então meu abraço, cheio de ternura,
e, se me permite, com traços de luz.

A ternura é minha, mas a Luz,
essa não, essa é do nosso maior amigo,
abraço fraterno, do Mestre Jesus.

Sinta-se abraçado(a)!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A PARTIR DE HOJE...


A partir de hoje...
Num desses dias da semana, dei uma parada, por alguns minutos, para (re)pensar na minha vida. É... na minha vida. De vez em quando, como qualquer pessoa, faço esse exercício. Tomei a seguinte decisão: a partir de hoje, farei alguns ajustes na minha vida, algumas mudanças, dia-a-dia, para ser um pouco mais feliz.
Para início de conversa, o que passou está passado. Olhar para trás, só para tirar proveito, para não incidir nos mesmos erros. Cometi erros sim, e daí? Paciência.

Pensando bem, na época, foi o que pensei ser o correto, mas... Não vou mais remoer o passado, puro masoquismo. O que tenho a fazer é procurar um novo caminho, ir em frente.
Mas tem uma outra coisa: não desisto dos meus projetos de vida, dos meus sonhos. Isso não!
A partir de hoje, decidi naquele momento, vou empenhar-me com uma boa dose de ousadia, firmeza, para que eles aconteçam. Não permitirei interferências.

Não ficou só nisso. A partir de hoje, mesmo que algo não saia como planejei, não entregarei os pontos. De jeito nenhum. O fato de não receber um telefonema, um e-mail, ou o meu coração não ouvir o que gostaria, não vai tirar-me mais o sossego. Ponto final. Nada de sofrer por antecipação, nem pelo tempo que não tenho mais. Basta!

Daqui para frente, vou comprometer-me mais com as coisas do Senhor, curtirei intensamente os meus amigos e juntos partilharemos muitas coisas, dividiremos tristezas e alegrias, caminharemos com propósitos e ideais mais definidos.

Olha, a partir de hoje, não vou tornar-me um modelo de perfeição. Longe disso. Mas viverei a minha vida, sem medo de ser feliz, sem angústias. O Senhor está comigo!
Sabe o que pedi a Ele, a partir de hoje? Um coração aberto, quietude da alma, aceitação de mim mesma e mudar pela ação transformadora da fé. Sabe de que maneira? Pela oração.

Sem medo, a partir de hoje, quando nos esbarrarmos, numa dessas estradas da vida, abrirei os meus braços para um apertado abraço, tipo “quebra-ossos”, e com o coração e a alma leves, direi: amo você de montão. Mesmo sabendo que não nutre o mesmo sentimento por mim. E daí? Nem por isso deixo de amar. Simplesmente, vou olhar pra você de um outro jeito, respeitando seu modo de ser, suas escolhas. Simples, não?
Tudo isso, a partir de hoje.
Nair Pimenta

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PENSAR É TRANSGREDIR


Lya Luft

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar!”
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: “escrever a respeito das coisas é fácil”, já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MUDANÇAS... PORQUE É TÃO DIFÍCIL?



Mudanças... porque é tão difícil?
As mudanças fazem parte de nosso dia a dia, mas nem por isto deixam de ser assustadoras para algumas pessoas. Justamente por que trazem a idéia do novo, do desconhecido e de falta de controle, o que para muitas pessoas é insuportável. Por isso, é tão comum encontrarmos pessoas que vivem no limite das situações, extremamente infelizes, que se aprisionam as circunstâncias, porque apesar de serem ruins, é um ruim conhecido, "controlável".


Essa atitude, que podemos chamar de "autopreservativa", impede muitas vezes que as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor, pois o temor do desconhecido faz com que tenham pensamentos de que mudança é sempre algo ruim, arriscado, o que na realidade nem sempre é verdade. É real que em alguns casos a mudança pode trazer transtornos, incômodo, mas o saldo final pode ser muito positivo.

Para estas pessoas é importante fazer uma reflexão sobre quantas mudanças incontroláveis ja passaram ao longo de suas vidas e se adaptaram: infância, adolescência, vida adulta, amigos, mortes, filhos, trabalho e até mesmo as físicas; quantas vezes nos fixamos em um corte de cabelo horroroso, ou um modo de vestir por anos e anos e, de repente, por insistência de alguém resolvemos mudar e percebemos as melhoras.

É evidente que existem mudanças que envolvem seriamente nossas vidas, como por exemplo uma separação, mas vale ressaltar que antes de taxarmos uma mudança como negativa, permita-se analisá-la com um outro olhar, o olhar de uma nova chance, de um recomeço, por vezes, doloroso e difícil, mas que pode trazer uma nova realidade.
Abaixo segue o texto de Nélio da Silva, sobre mudanças.



Mudanças...
As coisas mudam e nas mudanças sempre estão as oportunidades
. (Bill Preston )

Mudança pode ser difícil e assustador. Mudança pode lhe deixar com um sentimento de vulnerabilidade e com enorme vontade de que as coisas voltem ser como eram anteriormente. Mas isso não muda o seu momento. Em vez disso, dê uma boa olhada na mudança e decida como retirar o melhor dela.

Mudanças virão; e elas trazem consigo novos desafios, com toda certeza. Porém, elas trazem consigo também novas e positivas possibilidades. Sempre tenha em mente que mudança é igual a oportunidade. Quanto maior e mais desestabilizadora for a mudança, maior e mais valiosa será também a oportunidade.

Se você fracassar em ver e retirar o melhor daquela oportunidade, irá chegar o dia que você sentirá profundo pesar por isso. O mundo está mudando mais rapidamente do que nunca, o que isso significa? Significa mais oportunidade do que nunca no passado. Em vez de se preocupar com as mudanças tente agarrar as oportunidades que estão atreladas no processo de mudança. Tente fazer da mudança a sua amiga porque assim você terá uma poderosa aliada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DEIXE AFLORAR TODA A SUA DOÇURA!


Rosana Braga

Às vezes, fico me perguntando
porque é tão difícil ser transparente...
Costumamos acreditar que ser transparente
é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...

Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto
em nos empenhar para levantar...

Ser transparente é permitir
que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.

Preferimos a dureza da razão
à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam
do mais profundo de nosso ser...

Preferimos nos perder numa busca insana
por respostas imediatas a simplesmente nos entregar
e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara
que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos,
preferimos assim: manter uma imagem
que nos dê a sensação de proteção...

E assim, vamos nos afogando
mais e mais em falsas palavras,
em falsas atitudes, em falsos sentimentos...
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado...
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro
nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir
o que de mais precioso temos a compartilhar...
doçura, compaixão...
a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós, imensamente tristes
e choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete
a uma saudade desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem
de mostrar àqueles que mais amamos!

Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar,
descontar, agredir, acusar, criticar
e julgar do que simplesmente dizer:
“você está me machucando... pode parar, por favor!”.
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...

Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencíveis...
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto...
Que consigamos docemente viver...
sentir, amar...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Perdas Necessárias

RESPOSTAS DO TEMPO


Paulo Roberto Gaefke

Quem tem a resposta para todas as perguntas que te afligem?
Creio que ninguém, porque somos uma caixinha de emoções.
Quando resolvemos uma coisa, logo aparece outra dúvida.
Quando escolhemos um caminho, logo vem duas esquinas,
duas opções, dois destinos…

Por isso, não fique parado na esquina do tempo,
remoendo o passado, chorando pelo que não foi,
amargurado pelo que foi e não deu certo.
Antes, levante a cabeça, olhe para o horizonte,
veja as cores que faltam para transformar o seu dia:
o azul do céu, que remete a paz,
o esverdeado do mar, que lembra esperança,
a espuma das ondas que quebram na praia,
que lembram a força que precisamos ter,
para ser o que desejamos ser,
para ter, o que queremos ter.

Não desanime!
Nunca pare de lutar!
O dia se abre em oportunidades para os que sabem olhar,
para os que impossibilitados de andar, se arrastam,
para os que não enxergam, tateiem o mundo,
para os que estão sem chão, uma oração,
o alívio que vem do mais alto, chega direto ao coração.
É tempo de vencer barreiras, sentir que tudo é novo,
até o que é velho, ultrapassado, pode ser renovado.
Só depende de você, sinta-se pronto e muito amado.

Acredite, o seu tempo de vencer, chegou!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O AMOR É SÍNTESE


Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.

Mário Quintana

RENATO RUSSO


"Quando tudo nos parece dar errado
Acontecem coisas boas
Que não teriam acontecido
Se tudo tivesse dado certo."

Renato Russo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

É TEMPO...


É tempo de viver você,
tempo de colocar mais amor em tudo,
como quem tempera a ceia especial,
onde o sabor é sentir a vitória.
Degustar a vida é isso!
Viver cada dia como se fosse um prato especial,
saboroso e único, com temperos que nós mesmos colhemos,
frutos da nossa insistência na felicidade,
que é a sobremesa divina que reparto agora com você.
Vem ser feliz!
Acredite em você
Paulo Roberto Gaefke

sábado, 23 de outubro de 2010

A ORAÇÃO QUE DEUS OUVE


© Letícia Thompson
Por que temos às vezes a impressão que a oração não passa do teto da casa? Por que tantas palavras parecem inúteis ou imensos gritos mudos, onde a resposta fica em algum lugar, mas sempre distante daquele que estamos?


Não é a quantidade de palavras que usamos, nem o tempo que passamos de joelhos que torna nossa oração mais verdadeira, ou mais acessível a Deus.
Deus não vê palavras bonitas, não se interessa por vocabulários ricos e citações difíceis. Ele ouve o coração. O que a boca diz, o que a mente recita podem ser meros desejos humanos e, por essa mesma razão, não passam dessa esfera em que nos encontramos.

Nossa ansiedade e urgência por respostas colocam barreiras entre Deus e nós. Pedimos o que queremos e perdemos a humildade de aceitar o que Ele tem para nos oferecer, se isso vai de encontro ao que desejamos.

Oração é petição, mas nosso orgulho transforma o pedido em desejo único e incontestável.
Muitas respostas que não veem são somente "nãos" que não quisemos interpretar como tal, o que torna nosso calvário mais longo, pois continuamos esperando e esperando... e carregamos no peito essa amarga sensação de que Ele não nos ouve, que nossa oração é vazia e inútil.

Mas aprendi nesse caminho que a oração que Deus ouve é aquela que vai do nosso coração ao Seu coração, ela não vai a Deus, mas O traz a nós, e que faz uma grande diferença para nosso crescimento espiritual e pessoal.

Assim nosso coração aceita que talvez tenhamos nos enganado de caminho, como tantas vezes nos enganamos na vida, mas que Deus, na Sua infinita sabedoria soube agir por nós.

PELO QUE EU NÃO VI


Paulo Roberto Gaefke

Pelo que eu não vi, a sensação de perder algo.
Pelo que eu não fiz, o vazio das mãos vazias.
Pelo que eu não aprendi, a incerteza da falta de conhecimento.
Pelo que eu não conquistei, a falta do que mostrar.

Pelo que eu não falei, o nó da palavra presa na garganta.
Pelo que eu não comi, o gosto do desconhecido.
Pelo que eu não hesitei, a dúvida: poderia fazer melhor?
Pelo que eu não entreguei, o acumulo desnecessário.

Pelo que eu não amei, a certeza de que deveria ter amado muito mais,
sem cobrar nada, sem esperar troca, recompensa...
Pelo simples fato de amar e ter sentido o amor,
eu já fui muito feliz e juro, eu nem sabia.

Pelo que eu desperdicei de tempo, a minha saudade,
pelas noites perdidas em lamentações,
pelas muitas reclamações, eu me perdôo,
mas recomendo: não se perca em meio a ilusões tolas,
a vida é breve, o amor é doce, ainda que não correspondido,
ainda que pareça mal-vivido, ainda assim é amor,
e amor, é chama que mantém a alma aquecida,
e fonte da própria vida.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

AMOR


O amor é imortal!
Você pode negá-lo, sufocá-lo, encerrá-lo, mas ele nunca morre.
Augusto Cury

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POEMINHA AMOROSO


Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."


Cora Coralina

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ALMAS QUE SE ENCONTRAM


(Paulo Fuentes)

Dizem que para o amor chegar não há dia, não há hora nem momento marcado para acontecer. Ele vem de repente e se instala no mais sensível dos nossos órgãos, o coração.

Começo a acreditar que sim.
Mas percebo também que pelo fato deste momento não ser determinado pelas pessoas, quando chega, quase sempre os sintomas são arrebatadores.
Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada.

Quando duas almas se encontram o que realça primeiro não é a aparência física, mas a semelhança d'almas.
Elas se compreendem e sentem falta uma da outra. Se entristecem por não terem se encontrado antes, afinal tudo poderia ser tão diferente.
No entanto sabem que o caminho é este e que não haverá retorno para as suas pretensões.

É como se elas falassem além das palavras, entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo, mesmo estando em lugares diferentes. Quando almas afins se entrelaçam, passam a sentir saudade uma da outra num processo contínuo de reaproximação até a consumação.

Almas que se encontram podem sofrer bastante também, pois muitas vezes tais encontros acontecem em momentos onde não mais podem extravasar toda a plenitude do amor que carregam toda a alegria de amar e querer compartilhar
a vida com o outro, toda a emoção contida à espera do encontro fatal.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis, mas que são tão simples de viver. Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes, mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial.
Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois poderão estar juntas de novo sem que a despedida se faça presente.

Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo e em um espaço diferentes do que suas realidades possam permitir.
Mas depois que se encontram ficam marcadas, tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar.
E o mais importante: terão de se encontrar em algum lugar.
Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas porquanto entenderão, por si só, a infinita necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade.


Para refletir: “No final das contas, você não vai ACHAR quem você sempre procurou, e sim se encontrar com alguém que sempre esperou por você!”

domingo, 10 de outubro de 2010

AMAR É...

Hoje, lembrei-me do que disse, certa vez, uma pessoa: “quando se ama quer-se ficar junto da pessoa amada”. Por isto, entendemos a necessidade de partilhar momentos, de caminharmos juntos pela vida, de termos projetos de vida em comum… O estar presente fisicamente é fundamental para que o amor não se esvazie. Certo?

Mesmo tendo já postado outros textos da Letícia Thompson, é sempre bom falar de amor. E feliz é aquele, ou aquela, que encontra o verdadeiro amor, essência sublime que enriquecer todo ser humano. Mas, devolvi a essa pessoa, mais ou menos, a seguinte frase: “ama-se também longe dos olhos, mas perto no coração.” Isso também é amar, ou não?


“AMAR É...
Quando, apesar de todas as nossas reticências, sentimos que alguém consegue penetrar no nosso interior e na nossa alma;
É quando independe de nós essa pessoa estar presente;
É quando nosso coração não nos obedece, se torna rebelde, se oferece;
É sonhar acordado ou dormindo sem que saibamos ver a diferença;
É quando vemos rosa no cinza, vermelho no preto, azul no incolor;
É quando passamos a gostar do que antes não tinha o menor valor;
É quando um sacrifício se torna um simples ato de oferenda, voluntária e de bom coração;
É quando um riso vem com uma lágrima e uma lágrima vem cheia de perdão;
É quando, se magoamos, sentimos que dói mais na gente que no outro;
É quando esperamos pelo futuro como se ele fosse chegar amanhã;
É quando aprendemos com o outro coisas que jamais poderíamos ter imaginado;
É quando ensinamos coisas que não suspeitávamos que sabíamos.

Amar é morrer de amor e sentir que a vida está nascendo lentamente dentro da gente;
Amar é dar o presente da eternidade à pessoa que se ama.

É encontrar no fundo da gente um cantinho permanente onde o outro poderá habitar até o depois, até o muito além do depois.

Amar é, finalmente, aceitar o outro como ele é, quem ele é e o que ele é.
E dar o coração de presente para que o outro sinta que é a pessoa mais importante na vida da gente.”

A DESCOBERTA DO AMOR


Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive à sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.
Mahatma Gandhi

PABLO NERUDA


"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

O AMOR DE DEUS - Cid Moreira

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DE NOVO... RUBEM ALVES


"O tempo pode ser medido com a batidas de um relógio
ou pode ser medido com as batidas do coração."

SIMPLICIDADE


"Simplicidade é isso: Quando o coração busca uma coisa só.
Concerto para Corpo e Alma
"
Rubem Alves

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

OS GESTOS TAMBÉM FALAM


Quando as palavras calam, os gestos falam. Vivemos às vezes situações em que as palavras parecem desaparecer do nosso vocabulário. Elas ficam todas emboladas no nosso estômago, sobem até a garganta e não sabemos, não temos idéia de como colocá-las para fora. São muitas vezes quando nossos amigos mais precisam de nós. E, justamente, é aí que encontramos essa barreira. Não sabemos o que dizer, não temos explicação aceitável para o sofrimento, temos medo de falar algo que não devemos e nos quietamos.

Achamos com facilidade palavras, repetidas e gastas mesmo na maioria das vezes, para expressar nossa alegria, nosso desejo de felicidade ao outro e não nos importamos se alguém já disse ou não. Pegamos emprestadas essas frases corriqueiras e fazemos delas nossa mensagem. E nossos amigos recebem isso de coração aberto, sorriso estampado, porque eles fazem também uso disso. É de praxe, é normal, é gentil, é nobre. É milhões de vezes melhor que o esquecimento.

Nossa grande dificuldade é expressar em palavras de consolo quando nós mesmos temos um coração moído pela dor de ver o sofrimento do outro e termos a consciência que não podemos fazer nada! Vai passar, sabemos disso, pois todas as dores passam, como passam as noites de lua e os dias de sol. Nada é estável e constante. E queríamos tanto encontrar as palavras exatas que amenizasse o sofrimento, que trouxesse consolo imediato, que anestesiasse ou curasse de vez! E lá, nesse exato instante, as palavras morrem. Mas eis um segredo que só os anjos conhecem: os gestos falam!

Flores falam muito. Um beijo fala. Um afago fala de voz doce e suave. Uma presença, mesmo calada, fala demais. Um abraço fala muito alto. Um olhar sincero diz tanto! Uma mão que segura outra mão fala como várias bocas e centenas de corações...
Letícia Thompson

HUMILDADE JÁ


Não faça dos seus sentimentos uma arma.
Não crie uma frustração por causa da sua expectativa.
Nem sempre o que você quer, é o que vai acontecer.

Por isso, pelo sim ou pelo não, continue trabalhando.

Mostre para a vida a determinação em seguir amando,
aposte suas fichas na amizade sincera,
mas não queira cobrar dos amigos,
aquilo que nem você conseguiu ainda realizar.

Muita gente não fala mais com os pais,
por frustrações pessoais tolas ou brigas acaloradas
por pura incapacidade de expressar o amor.

Muitos amigos se perderam na estrada,
pela falta de sensibilidade de um deles,
ao esperar por algo que não foi combinado.

Muitos relacionamentos desfeitos pelo ciúme,
pela possessividade, que é sempre negativa.

Leve com você a certeza, de que o amor é leve,
a amizade é sublime, a esperança doce,
os laços familiares eternos,
e o orgulho, esse mal que cresce na alma,
é fruto da imaturidade caprichosa dos nossos desejos.

Por isso sofremos, magoamos, perdemos o eixo.

Resultado: a solidão, o abandono, o gosto amargo na boca.

Encha-se da humildade que liberta e sorria para a vida.
Espere das pessoas somente o que elas podem oferecer,
assim a vida será sempre uma adorável surpresa,
e até aquele menor gesto de carinho,
será pra você, digno de uma lágrima emocionada.

A humildade é a chave de uma porta mágica, chamada felicidade,
que começa na simplicidade do dia, e se fecha, na eternidade.

Paulo Roberto Gaefke

terça-feira, 28 de setembro de 2010

COM O TEMPO

Ana Jácomo
Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.

Tenho aprendido com o tempo que a mediocridade é um pântano habitado por medos famintos, ávidos por devorar o brilho dos olhos e a singularidade da alma. Que grande parte daquilo em que juramos acreditar pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo. Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar. Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos, podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa. Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma. Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.

Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro. Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito. Que o respeito é virtude das almas elegantes. Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade. Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos, construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa. Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor. Que a carência se revela quando a autoestima está machucada. Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas. Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.

Tenho aprendido com o tempo coisas que somente com o tempo a gente começa a aprender. Que o encontro amoroso, para ser saudável, não deve implicar subtração: deve ser soma. Que há que se ter metas claras, mas também a sabedoria de não se transformar a vida numa sala de espera. Que a espontaneidade e a admiração são os adubos naturais que fazem as relações florescerem. Que olhar para o nosso medo, conversar com ele, enchê-lo de cuidado amoroso quando ele nos incomoda mais, levá-lo para passear e pegar sol, é um caminho bacana para evitar que ele nos contraia a alma.

Tenho aprendido que se olharmos mais nos olhos uns dos outros do que temos feito, talvez possamos nos compreender melhor, sem precisar de muitas palavras. Que uma coisa vale para todo mundo: apesar do que os gestos às vezes possam aparentar dizer, cada pessoa, com mais ou menos embaraço, carrega consigo um profundo anseio de amor. E, possivelmente, andará em círculo, cruzará desertos, experimentará fomes, elegerá algozes, posará de vítima para várias fotos, pulará de uma ilusão a outra, brincará de esconde-esconde com a vida, até descobrir onde o tempo todo ele está.