terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VAI REVER AS ROSAS...


Quando o amor bate às portas do nosso coração nos sentimos importantes.
Amar e saber-se amado da mesma pessoa é o sonho de todo mundo.
Ser único, sentir-se único e ter para si o tesouro único que a terra tinha escondido.
Quando amamos sempre somos únicos, pois ninguém sente como nós,

ninguém espera, deseja, sonha e dói como nós.
Ninguém se alegra tanto, se desespera tanto, comete tantos erros e tantos acertos.
O amor nos torna seres extraordinários.

Ah! E a pessoa amada, essa então!!!
O coração apaixonado possui essa capacidade extraordinária

de ignorar os pequenos defeitos (e até apreciá-los!), moldar carinhosamente as
pequenas diferenças e fazer de conta que não está vendo,
não está sentindo, não está doendo.

Ele perdoa sem que perdão seja carecido e continua

o eterno caminho das promessas dos que amam para sempre.
E de tanto amar, tanto aperfeiçoar e fechar os olhos,

ele se esquece que o ser perfeito não existe.

Então, quando amanhece o dia do dia-a-dia, os defeitos
ou o que a pessoa é, em si, realmente, aponta e desaponta.
Já não parece no fim da tarde da convivência

que a pessoa de antes e a de depois são a mesma.
Já não parece assim tão única e tão especial.
Já tudo parece tão igual, tão simples e tão normal.
Tanto, que causa desencanto.

E é então que vem a lição de um principezinho

que teve a ousadia de amar uma rosa.
Foi preciso caminhos e encontros para que alguém

lhe dissesse, enfim: "vai rever as rosas!...
tu compreenderás que a tua é única no mundo!..."

Ah! Como as rosas se parecem e como cada qual é sem igual!

Como tantos se parecem com o que amamos e como são diferentes!
Única é aquela pessoa que fez vibrar nosso coração um dia,

aquela pela qual sofremos, lutamos, jogamos tudo pro ar
e nossos olhos viram estrelas até nas noites mais escuras.

Sim...
quando o coração achar-se demasiado descontente e

desencantado, que ele passeie pelo jardim do passado,
onde reinava a magia e a esperança,
onde o amor tinha cheiro da pessoa amada e
transformava tudo o mais no mundo em nada!

Que ele redescubra que entre tantas e tantas pessoas iguais,

a que amamos é e sempre será única na vida da gente!
© Letícia Thompson