“Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é
porque nunca foi amor.” (Padre Fábio de
Melo)
Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é
porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e
até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na
vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.
O amor é equação onde prevalece a multiplicação do
perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim
você olha nos olhos dele e diz: “Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver
sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por
perto”.
O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração
os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.
O poeta soube traduzir bem quando disse: “Se eu não te
amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na
escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu
vi, dentro do meu coração!”
Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver
sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha
cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me
entregou a senha.
Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins
secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus
encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade
de cultivá-las.
Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir
jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso.
Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor
fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas
roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte
absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da
preparação não terá o que florir depois…
Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos
magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco
fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a
hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras… Se não há flores,
talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o
cultivo daquela roseira.
A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e
espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver
sozinhas… Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão
inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos
espinhos… ou não.
Por Bem Mais Mulher