As etapas que atravessamos na vida nada
mais são que degraus que subimos ou descemos, segundo os caminhos que nós
mesmos escolhemos, os atalhos que preferimos e onde decidimos deitar nossa
cabeça.
Padecemos? Sim... de vez em quando
precisamos dessa parada que nos dá a consciência que nada somos aqui além de
filhos em busca de uma terra prometida. Porém sabemos que nosso maná nunca
faltará, seja qual for o caminho percorrido e o quanto falta ainda pela
frente.
Depositamos demais nossa confiança
naquilo que somos e no que nos cremos capazes e vez ou outra precisamos dessa
ducha fria que nos faz acordar para que tenhamos a humildade de orar de
cabeça baixa e a grandeza de abandonar nosso mais profundo eu aos pés da
Cruz.
Damos importância demasiada a certas
coisas como se a própria razão da vida dependesse delas. É assim com um
pequeno corte no dedo ou uma ferida na alma que fica doendo as vinte e quatro
horas do dia. Não importa se o sol brilha, se a chuva sacia, se a comida está
boa ou a saúde perfeita. Isso prova nossa insaciedade diante da vida.
Não há ninguém para quem tudo dá sempre
errado e ninguém para quem dá tudo certo. Tudo são fases que atravessamos,
caminhos às vezes que parecem longos e intermináveis, principalmente quando é
o lado dolorido da vida que se apresenta.
Mas...
O importante não é não se perder, nunca
errar, não pecar, não tomar decisões erradas e ser alguém exemplar. Essas
coisas são objetivos que tentamos alcançar e quanto mais degraus subimos, mais nos aproximamos da perfeição.
O importante mesmo é saber levantar,
erguer a cabeça, olhar para frente; é ter a coragem de admitir as falhas, a
humildade de pedir perdão, calar na hora certa e falar quando o silêncio
parecer insustentável; o importante é deixar as lágrimas caírem e nem por
isso se sentir diminuído.
Deus não conta os degraus que subimos ou
descemos. Nossa vida é que conta, sofre ou se alegra. Deus é Aquele que está
no mais alto degrau estendendo a mão e é o mesmo que está na terra com os
braços eternamente abertos e prontos.
Há e haverá sempre uma janela aberta nos
céus para nos acolher e o caminho talvez não seja o mais fácil, mas é
certamente aquele que vai ter feito nossa vida valer a pena.
© Letícia
Thompson
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